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Nicarágua: Daniel Ortega herda um país com grandes calamidades sociais
Da AFP
05/01/2007 | 20:31
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O líder sandinista Daniel Ortega se tornará em 10 de janeiro presidente do segundo país mais pobre da América com o desafio de melhorar as condições de vida da população, apesar dos recursos limitados de que dispõe a economia nacional.

O que os nicaragüenses esperam é que Ortega crie emprego, reduza a pobreza e melhore a saúde e a educação.

A Nicarágua que Ortega passará a governar a partir da próxima quarta-feira é um país cheio de contrastes, onde luxuosos shoppings e nobres áreas residenciais convivem com barracos erguidos sem infra-estrutura ou serviços básicos.

Embora o governo em final de mandato fale em bons resultados econômicos, 350 mil pessoas foram incorporadas nos últimos cinco anos ao exército de pobres e 70% da população sobrevive com menos de dois dólares por dia, denuncia o economista Néstor Avendaño, em declarações à AFP.

Para Avendaño, o crescimento econômico da Nicarágua, estimado em uma média de 3% nos últimos cinco anos, "foi muito anêmico". Além disso, o aumento das reservas internacionais - em 848 milhões de dólares - foi resultado dos perdões da dívida externa e não de um aumento da produção.

Apesar de as estatísticas oficiais apontarem que o desemprego chega a 5,6% e o subemprego, a 13%, os números reais podem ultrapassar 50% da População Economicamente Ativa (PEA), que segundo o atual presidente do Banco Central da Nicarágua "é porque não querem trabalhar".

Na área de saúde, a situação não é melhor. A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) estima que 27% dos 5,2 milhões de nicaragüenses são desnutridos. A agenda social de Ortega promete atacar imediatamente o problema da fome, com o programa Fome Zero, baseado na produção de alimentos e desenvolvimento, previsto para beneficiar 75 mil famílias camponesas.

Ortega, de 61 anos, se comprometeu com os organismos financeiros internacionais a manter a estabilidade macroeconômica, sem descuidar dos aspectos sociais, uma meta que os analistas consideram pouco crível e populista.




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