As regiões centrais são sempre as mais procuradas pelos pichadores, mas até a centenária Vila de Paranapiacaba, tombada como patrimônio histórico, é vítima dos sprays e tintas das gangues. O mesmo ocorre em Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, localidades também pacatas que já sofrem com o problema.
A reportagem do Diário percorreu os pontos mais críticos da região, em agosto, e voltou a avaliá-los ontem: a situação continua a mesma e, em alguns locais, até piorou. São os casos do parque Ana Brandão (da Juventude) e do edifício dos Correios, em Santo André, e da UBS Santa Luzia, em Ribeirão Pires.
Prédios abandonados, como o antigo edifício da Justiça do Trabalho, em Santo André, e o Hotel Binder, em São Bernardo, são alvos fáceis. Locais movimentados, porém, como a EE (Escola Estadual) Maria Pestana Menato, em Ribeirão Pires, ou o parque do Paço, em Diadema, não escapam das pichações. As gangues chegam de madrugada e conseguem driblar qualquer tipo de vigilância.
Na maioria das vezes, os infratores são menores e existe grande rivalidade entre as gangues. “Eles consideram que quanto mais difícil for o acesso ao local, maior valor terá a pichação. Os grupos também competem para ver quem consegue fazer mais pichações pela cidade”, disse o comandante da Guarda Municipal de São Bernardo, coronel Antônio Branco.
As guardas municipais têm a responsabilidade de cuidar do patrimônio público e evitar pichações e depredações. “Fazemos rondas pela cidade para tentar flagar a ação dos pichadores. Os adolescentes costumam agir à noite e fazem um jogo de esconde-esconde com os guardas”, disse o capitão Gilberto Precinotti, comandante interino da Guarda Municipal de Santo André.
O procedimento das guardas, no caso de flagrante em prédios públicos ou privados, é o mesmo em todos os municípios. O infrator é levado ao distrito policial, onde é lavrado boletim de ocorrência por danos ao patrimônio. Como quase todos são menores, o pai ou responsável precisa ser chamado e o caso é encaminhado ao juizado de menores.
As penas são geralmente alternativas e o jovem infrator é obrigado a prestar serviços comunitários. “O ideal seria que o infrator pintasse o local pichado ou pagasse o que o proprietário irá gastar (Prefeitura ou particular) para recuperar a área”, disse o coronel Branco.
Nos últimos dois anos, São Caetano conseguiu reduzir em 80% as pichações, com a ajuda da comunidade. “A população se acostumou a ligar para nós e avisar sobre esse tipo de ocorrência. Isso facilita o nosso trabalho, pois conseguimos chegar rapidamente ao local”, disse o comandante da Guarda Municipal do município, tenente Alírio França Villas Boas.
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