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‘Acreana’ de coração
Gabriela Germano
Da TV Press
06/01/2007 | 18:05
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Letícia Spiller não receou pedir para participar da minissérie Amazônia – de Galvez a Chico Mendes, na Globo. Determinada, procurou a autora Glória Perez e se convidou. “Pedi um papel. Meu coração já está no Acre e eu tinha que fazer parte desse projeto”, confessa a atriz carioca, que viverá a seringueira Anália.

Parentes no Acre, o que justificaria a paixão pela região, Letícia não tem. Mas antes de iniciar as gravações, a atriz tinha ido para o Norte brasileiro duas vezes. “Fiquei em uma comunidade indígena na fronteira com o Peru e percorri as comunidades ao longo do rio Juruá”, conta. Gostou tanto da experiência que, junto com amigos, fez um documentário, em fase de edição.

O contato com a região, no entanto, não supriu sua necessidade de aprender mais sobre os habitantes para compor a personagem. “Conheci seringueiros e aprendi com eles a extrair látex”, afirma. Letícia também se aproximou das acreanas. Lavou roupa, cantou e cozinhou com uma senhora de 80 anos. “Minha personagem cozinha muito bem. A primeira cena dela é na beira do rio, cantando e lavando roupa”, adianta. Ela aparece na segunda fase, época em que a produção de borracha entra em declínio.

Na trama, Anália é ‘cria’ do coronel Augusto, vivido por Humberto Martins. “E é namoradinha dele também”, completa Letícia, explicando que os costumes da região eram bem diferentes dos encontrados nos centros urbanos. O próprio coronel arruma casamento para ela. Anália se casa com Tiburtino, personagem de Ernani Moraes. “Ela terá cinco filhos, mas quatro são a cara do coronel”, insinua.

O que mais impressionou a atriz foi a felicidade das pessoas no Acre, característica também de sua personagem. “Anália tem a alegria das pessoas do lugar. Uma alegria sem motivo concreto. O povo de lá me ensinou a ser feliz sem precisar de muita coisa. Eles não têm quase nada, mas têm a floresta”, afirma, explicando que esse modo de vida se parece com o budismo, doutrina que ela segue.

A paixão de Letícia pela Amazônia e por assuntos relacionados ao meio ambiente surgiu quando ela era menina. O amor à ecologia, no entanto, é assunto familiar. “Minha irmã é da WWF-Brasil (World Wildlife Fund) e viaja pelo país fazendo palestras de conscientização”.

A atriz quer transmitir a preocupação com o meio ambiente às futuras gerações de sua família. Ela não pôde levar o filho Pedro, 10 anos, para o Acre, mas espera que isso ocorra em breve. “Pensei muito nele quando estive lá. Daqui a um tempo eu o levo. Pedro vai se identificar com tudo aquilo”, espera.

Por falar na paz que sentiu enquanto esteve no Acre, Letícia está ansiosa por ver o resultado do trabalho na tela da TV. “A Anália é uma mulher da terra. Uma personagem que me trouxe paz. Espero que essas boas sensações apareçam no vídeo”, conclui.




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