Deputado afirma haver elementos que comprovam responsabilidade da presidente em esquema
O deputado federal Alex Manente, de São Bernardo, vai propor hoje à bancada do PPS no Congresso o protocolo de pedido de impeachment da presidente da República, Dilma Rousseff (PT). Ele sustenta que há elementos suficientes para cassação de mandato, com base nos desdobramentos da Operação Lava Jato, conduzida pela PF (Polícia Federal).
Para o popular-socialista, o direcionamento da investigação para possível recurso ilícito na campanha seria o ponto de partida de documento solicitando a saída da petista do cargo máximo do País.
Nas últimas semanas, empresários detidos na Lava Jato que aceitaram a delação premiada relataram que houve pressão de tesoureiros e dirigentes graúdos do PT para que dinheiro desviado da Petrobras abastecesse a campanha de Dilma, o que ela nega.
“Observamos os fatos e a cada dia se comprova mais que, de alguma maneira, a presidente tem responsabilidade tanto nas questões das Petrobras quanto nas questões que vieram da campanha. Estamos finalizando a peça e vamos protocolar nesta semana”, assegurou Alex.
O popular-socialista afirmou que, assim que registrar a peça na Casa, vai procurar integrantes da mesa diretora para fazer com que o pedido seja levado adiante – depende dos deputados que presidem o Legislativo darem os encaminhamentos necessários para que a solicitação de impeachment percorra os trâmites internos. Caso cumpra as etapas necessárias, o pedido vai a plenário e, para ser aprovado, precisa do aval de 342 parlamentares (ou 2/3 do total de deputados).
DEFESA
Dilma classificou como “golpista” a pregação por sua saída do governo e disse que defenderá “com unhas e dentes” o mandato para o qual foi eleita. Um dia depois da convenção do PSDB, na qual tucanos apostaram em nova eleição antes de 2018, Dilma orientou ministros, presidentes de partidos, deputados e senadores da base aliada a afastarem com vigor a articulação de adversários pelo impeachment, carimbando a iniciativa como “golpe”.
“As pessoas que estão fazendo delação premiada vão ter de provar o que estão falando”, vociferou Dilma em conversas reservadas. “Vou defender o meu mandato com unhas e dentes. Nada ficará sem resposta.”
Indignada com o movimento que começou a ganhar corpo com o agravamento da crise política, Dilma chamou uma reunião de emergência no Palácio da Alvorada, à noite, com o Conselho Político do governo, formado por presidentes e líderes de partidos da base na Câmara e no Senado. Não foi só: convocou os ministros Nelson Barbosa (Planejamento) e Luís Inácio Adams (Advocacia-Geral da União) para explicar aos aliados, “ponto por ponto”, a manobra orçamentária que ficou conhecida como “pedalada fiscal”. (com Estadão Conteúdo)
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