Vida que segue. Esse é o espírito que o Santos terá daqui para frente sem Robinho, que não renovou contrato. Apesar de ter ficado sem o atacante desde o início de junho por conta da Copa América, a partir de agora o técnico Marcelo Fernandes terá de achar soluções no elenco para o restante do Campeonato Brasileiro – o primeiro desafio será hoje, às 21h, no Maracanã, contra o Fluminense, pela décima rodada. No entanto, o treinador não está preocupado e cita as saídas de Pelé e Neymar para superar Robinho.

“O reflexo (da saída do Robinho) foi lá atrás, quando ele foi para a Copa América. Já provamos que sem ele e sem o Lucas Lima podemos jogar bem, como contra o Corinthians. E outra coisa: vida que segue. Queríamos muito que ele ficasse, mas foi uma escolha profissional dele. Pelé já parou, Neymar foi embora e agora foi a vez do Robinho”, ponderou.

Agora, caberá aos atletas mais experientes, como o volante Renato e o atacante Ricardo Oliveira, segurarem o tranco e assumirem a responsabilidade de uma boa campanha no Campeonato Brasileiro. O Peixe é o 14º colocado, com dez pontos, três acima do primeiro da zona de rebaixamento, o Flamengo.

Se não terá de modificar o ataque por já ter ficado sem Robinho durante a Copa América, Fernandes será obrigado a alterar a defesa e o meio campo.

Sem David Braz, que cumpre suspensão por ter sido expulso diante do Internacional na última rodada, e Gustavo Henrique, que integra o grupo da Seleção Brasileira que disputará os Jogos Pan-Americanos, em Toronto, no Canadá, o defensor Paulo Ricardo ganhará chance entre os titulares.

No meio, Fernandes tem duas ausências por lesão (Renato e Valencia) e uma por suspensão (Lucas Otávio). Com isso, Thiago Maia será escalado ao lado de Rafael Longuine e Lucas Lima, mantendo o esquema com três atacantes: Gabriel, Ricardo Oliveira e Geuvânio.

No entanto, o próprio treinador pode virar desfalque. Isso porque ele será julgado pelo STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), já que a procuradoria do órgão recorreu da absolvição obtida pelo técnico por conta de uma expulsão contra a Chapecoense, na quarta rodada do Brasileirão. Ele foi enquadrado no artigo 258 do CBJD (Código Brasileiro de Justiça Desportiva), que rege sobre atitudes contrárias à prática e ética desportiva, e poderá pegar seis jogos de gancho, caso seja condenado.

Ídolo critica diretoria anterior e nega acerto com clube da China

Sem contrato com nenhum clube – o vínculo com o Santos venceu anteontem – Robinho segue na cidade do Litoral e, ontem, aproveitou para jogar futevôlei com alguns amigos. Questionado sobre a negociação com o Peixe, o camisa 7 lamentou o desfecho e culpou a diretoria anterior pelo mau momento financeiro do clube.

“Infelizmente, pela diretoria anterior, que não trabalhou direito e deixou o clube em dificuldade, não deu para fazer nada. A atual diretoria não tem culpa, está certa em não fazer loucuras, até para não cometer os mesmos erros anteriores. Mas também tenho direito de ver o que é melhor para a minha família”, disse o atacante em entrevista ao SporTV.

Robinho também descartou atuar por algum clube brasileiro a não ser o Santos e negou ter acertado com o Guangzhou Evergrande, da China.

“Muita gente fala da China, mas não há nada certo com ninguém. Respeito as propostas do futebol brasileiro, mas é difícil jogar em outro clube agora no Brasil que não seja o Santos”, explicou o craque.