A promessa de campanha foi feita para um auditório lotado (o anfiteatro Paulo Teixeira de Camargo tem capacidade para 250 pessoas), ao lado do prefeito de Sao Bernardo, Maurício Soares, durante debate entre candidatos ao governo paulista, promovido pelo Fórum da Cidadania do Grande ABC, no anfiteatro da Faculdade de Direito de Sao Bernardo. De lá para cá, pouca coisa mudou.

No ano seguinte, depois de Covas ter sido eleito, veio a ducha gelada. O secretário da Saúde do Estado, José da Silva Guedes, declarava que as obras nao seriam retomadas naquele ano.

Em contrapartida, em sua primeira gestao, Covas já havia destinado recursos para a conclusao ou construçao de obras de oito hospitais da Grande Sao Paulo.

Elefante branco - O Hospital Regional de Clínicas é um dos mais antigos elefantes brancos da regiao. Sua construçao é uma novela que teve início em 1976 e sofreu várias interrupçoes. A última aconteceu em dezembro de 1991.

Em 1995, a dívida do governo do Estado com a construtora Estacon Engenharia era de US$ 4 milhoes. Em 1997, surgiu a notícia de que o Banco Mundial e o Banco Interamericano de Desenvolvimento dariam uma verba de R$ 20 milhoes para o Ministério da Saúde concluir o hospital.

O dinheiro nao veio. O prédio de cinco pavimentos, que teria 1,2 mil funcionários e atenderia 21 mil pessoas por ano, continua com seu esqueleto em pé, com partes de alvenaria ruindo, infiltraçoes e outras mazelas comuns a prédios nao concluídos.

No lugar dos 468 leitos previstos, existe apenas uma construçao vazia e sombria de 22.475 m².

Gilberto Natalini, secretário municipal de Saúde de Diadema e presidente do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde, disse que a regiao está atenta ao problema. "Os secretários de saúde estao analisando o caso do Hospital Regional de Clínicas e há boa vontade do governo do Estado em concluir as obras", afirmou Natalini.