Um caminhão carregado com mais de 24 toneladas de ácido em pó bateu e tombou sobre um carro que vinha no sentido oposto, próximo ao Km 31 da rodovia Caminho do Mar (SP 148), conhecida como estrada Velha, em São Bernardo. O acidente, que deixou duas pessoas feridas gravemente, ocorreu por volta das 6h30 desta terça e causou dez quilômetros de congestionamento nos dois sentidos. Segundo a Cetesb (Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental), o risco ao meio ambiente foi mínimo.

Segundo a Polícia Militar Rodoviária, a pista ficou interditada por cerca de 40 minutos quando guindastes tiravam o caminhão do local. Às 12h30 o trânsito foi liberado.

Segundo relato do boletim de ocorrência registrado no 4ºDP de São Bernardo, o caminhão Volvo 360, ano 1998, com placa de São Bernardo, seguia sentido rodovia Índio Tibiriçá, quando o motorista José Carlos dos Reis Assis, 31 anos, tentou desviar de outro veículo que trafegava na contra-mão. Assis invadiu a pista contrária e bateu de frente com o Kadett SL, ano 1992, com placa de Rio Grande da Serra, conduzido pelo soldador Paulino Roberto Lucas, 56 anos, que seguia sentido via Anchieta. O caminhão, de propriedade da empresa de transportes Tomé, tombou e prensou o Kadett no muro de proteção na lateral da via. Os veículos ficaram destruídos.

Gravemente feridos, os motoristas foram socorridos pelo Resgate do Corpo de Bombeiros. Lucas foi levado de helicóptero ao Hospital das Clínicas de São Paulo, onde permanece internado no Pronto-Socorro em estado grave. Segundo a assessoria de imprensa do hospital, ele não corre risco de morte. Assis foi levado de ambulância para o Hospital Municipal de Diadema e depois transferido para o Hospital Itacolomy, em São Bernardo, onde passou pela avaliação de um ortopedista. Ele permanece internado e seu quadro de saúde é estável.

De acordo com Marco Antonio José Lainha, analista de controle ambiental da Cetesb que fez vistoria no local do acidente, o ácido transportado (Ácido N Fosfonometil) é de baixa toxidez e não é inflamável. “Podemos dizer que a contaminação ao meio ambiente foi mínima, pois apenas cerca de 1kg do produto foi derramado. Desse modo, não cabe autuação à empresa.”

Acidentes no Km 31 da SP 148 são rotina segundo os moradores da região. “Toda semana tem acidente, deveriam fazer alguma coisa para conter a velocidade dos carros e caminhões”, reclamou o aposentado Ariosto Ferreira de Aguiar, 52 anos. No último dia 14 de maio, um caminhão carregado de tábuas tombou no mesmo local e bateu em dois carros que vinham no sentido oposto. Os veículos se incendiaram, três pessoas morreram e outras três sofreram ferimentos leves.

Segundo a assessoria da Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S.A.), a pista tem engenharia correta e possui placas de sinalização avisando que o motorista deve trafegar a 60 Km/h no local. Ainda de acordo com a assessoria, os acidentes são causados por imprudência dos motoristas.