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Polícia vê falhas em fiscalização
Maíra Sanches
Do Diário do Grande ABC
16/09/2011 | 07:30
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O delegado responsável pela investigação da morte de Paola Nascimento, 11 anos, que morreu afogada na terça-feira no tancão da morte, no Parque Guaraciaba, em Santo André, avalia que se houvesse mais fiscalização no local talvez a morte da estudante pudesse ter sido evitada.

A jovem, que estava na companhia de uma colega de 13 anos, morreu afogada na tarde de terça-feira, quando arriscou entrar no tanque, reservatório de água formado a partir de um porto de areia. A amiga não entrou na água, e disse que não conseguiu puxá-la de volta à superfície. No momento do acidente, dois guardas-civis deveriam fazer a vigilância no local. "Acho difícil conseguir patrulhar a área com visão total. Não culpo apenas a Prefeitura, mas deveriam dar mais estrutura para o trabalho da GCM."

A polícia começou ontem o trabalho de busca para identificar os quatro jovens entre 16 e 17 anos que estavam à beira do lago no momento do afogamento e testemunharam a morte da criança, segundo depoimento da colega, M.S.S. Ontem, os policiais enfrentaram a resistência dos moradores em dar informações concisas.

"A população se fecha muito. Apenas dizem que ficaram sabendo pelo jornal. Vamos tentar quebrar o gelo. O trabalho é complicado naquela região." Homens da investigação devem voltar ao local hoje e farão diligências até encontrar pistas dos jovens. Os dois guardas-civis que faziam a segurança naquela tarde e a mãe da vítima, Elisângela Nascimento, 28, devem prestar depoimento entre hoje e segunda-feira. 

MEIO AMBIENTE
A área verde tem 550 mil metros quadrados. De 1990 a 2005, pelo menos 32 pessoas morreram afogadas no lago, que chega a ter 30 metros de profundidade em alguns pontos. Apesar de ser proibido entrar na área desde 2005, banhistas clandestinos fizeram pelo menos cinco trilhas que dão acesso ao tanque. Em dias de sol chega a ter 50 pessoas na área utilizada como lazer pela população que mora nas favelas do morro Kibon, Cidade São Jorge e Centreville.

Para o ambientalista e presidente da ONG Movimento em Defesa da Vida, Virgílio de Farias, a solução não está em aterrar a área. "Se o caminho fosse esse precisaríamos fazer o mesmo com a Represa Billings, porque também há afogamentos por lá. O Parque Guaraciaba é uma das mais belas áreas que temos na região, mas não é prioritária para investimento do governo."

Segundo Farias, que defende a transformação em parque público, a fiscalização deveria ser aumentada por conta da vasta área de abrangência. No entanto, há vários mandatos o problema se estende.

"Se não morrer gente afogada, morre de outro jeito. Seria lugar de desova, outras mortes e usuários de droga. Área abandonada serve para isso. A sociedade andreense tem de cobrar para que o lugar seja de utilidade pública", defende.

A Prefeitura informou que a área é monitorada 24 horas por dia, e que desde 2005, quando a área passou à Prefeitura, apenas uma morte foi registrada no tancão.




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