Maior artilheiro da história do São Caetano, com 68 gols, o ex-atacante Adhemar, 37 anos, esteve ontem no Anacleto Campanella para rever amigos e desejar sorte ao atual elenco, que tenta recolocar o clube na elite do Campeonato Brasileiro.

Vice-campeão da Copa João Havelange em 2000, o ex-jogador se diz triste com o momento do Azulão, que pelo terceiro ano seguido disputa a Série B.

"Estou chateado. Tem torcedor que me encontra na rua e cobra como se eu ainda jogasse", disse Adhemar, que mora em Porto Feliz, no interior paulista, e trabalha como comentarista de emissora de tevê.

Para Adhemar, o São Caetano só conseguirá o acesso quando mantiver o elenco por mais tempo e der mais respaldo às comissões técnicas. "No Brasil se vive de resultados, mas não adianta sempre trocar o técnico. É preciso fazer um bom planejamento para toda a temporada. Não adianta terminar o Paulista, mandar 30 jogadores embora e contratar outros 30. Na minha época, tinha atleta que jogava junto há uns cinco anos. Hoje, o cara chega, fica pouco tempo e não dá nem para saber se é canhoto, destro."

Adhemar comanda projeto social em Porto Feliz voltado para meninos com idade entre 7 e 13 anos, chamado Bom de Bola, Bom na Escola.

Para frequentar a escolinha de futebol, o aluno precisa tirar média sete na escola. O boletim escolar tem de ser apresentado a cada bimestre. Adhemar toca o projeto sem apoio de empresários ou órgãos públicos.

"Fui atrás uma vez, mas não deram atenção. Quando se tem uma juventude saudável, evita-se outros gastos. Mas parece que os órgãos (púbicos) não dão importância."

O programa completa um ano em agosto e, segundo o ex-jogador, tem ajudado no rendimento escolar da garotada. "Projetos como este ajudam a gente ver o quanto a gente é pequeno."