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Agressão ofusca presença de Dilma em São Bernardo
Rita Donato
Do Diário do Grande ABC
03/09/2008 | 07:42
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Evento mais esperado do PT de São Bernardo, o lançamento do plano de governo do candidato a prefeito da sigla, Luiz Marinho, terça-feira, na Universidade Metodista, se transformou em tumulto. Um grupo de estudantes do curso de Filosofia apanhou de militantes e foi expulso do auditório da faculdade ao ensaiar um protesto contra o ato, que contou com a presença da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff.

Protagonista da confusão, o aluno Glauber Leite, 20 anos, foi arrastado para fora do plenário ao iniciar a manifestação chamando o senador Aloizio Mercadante de "ladrão e mentiroso". O petista, que anunciava a presença da ministra no exato momento da confusão, não reagiu e coube a um dos coordenadores do plano de governo de Marinho, Luiz Carlos Berbel, acalmar os ânimos da militância que imediatamente iniciou o coro: "Olê, olê, olê, olá, Lula, Lula".

Ex-presidente da legenda, José Albino evitou o gênero ‘apaziguador' e partiu para o ataque chutando o estudante, que garantiu abrir boletim de ocorrência contra o agressor. Albino evitou a reportagem, assim como Mercadante, que classificou o episódio como "falta de respeito".

Do lado de fora, os manifestantes alegaram que "o protesto pacífico" tinha o objetivo de "evitar politicagem e garantir o silêncio" no horário da aula - a sala fica um andar abaixo do auditório. "Nossa manifestação era pacífica. Pagamos a mensalidade e queremos aula. A universidade é um péssimo lugar para fazer politicagem", gritavam os estudantes, que tentaram estender uma faixa com os dizeres "Bela maneira de falar de educação: atrapalhando a nossa".

Dilma classificou o incidente como "um fato isolado" e atrelou a briga ao processo eleitoral. "Esses incidentes acontecem, principalmente quando um candidato passa à frente de outro", ponderou a ministra, em menção à pesquisa interna do partido que aponta Marinho na dianteira do rival governista, Orlando Morando (PSDB). Na sondagem Diário/Ibope publicada no domingo, os adversários aparecem empatados tecnicamente, com 26% e 27% das intenções de voto, respectivamente.

A petista lamentou o episódio e criticou a postura dos estudantes. "Não são democráticas essas manifestações, porque eles vieram em local fechado. Não é necessário e é bom que se evite pelo bem da democracia e da convivência. Mas não vejo grande exagero, é absorvível", concluiu a ministra da Casa Civil.

Marinho também evitou comentar o assunto. "Não consegui observar se foi um ato de provocador, aparentemente foi um ato de provocação e não manifestação. Esperamos que as pessoas possam compreender as questões, é chato porque um provocador estraga uma festa. Mas não vamos nos preocupar por isso."

O prefeiturável tentou minimizar o fato e não respondeu se a ação teve conotação político. "Sinceramente, não sei avaliar porque ouvi a gritaria, eles foram rapidamente retirados e a plenária ocorreu naturalmente. Baixaria está acontecendo aos montes na cidade, mas hoje não é dia de falar disso, vamos nos ater ao plano de governo."

Embora os cabos eleitorais tenham afirmado que os estudantes agiram a "mando de Morando", a assessoria de imprensa do candidato afirmou que a líder do grupo, identificada como Elisa, é presidente da juventude do PTdoB - cuja chapa majoritária é encabeçada por Evandro de Lima. Os alunos, porém, asseguraram não estarem filiados a nenhum partido.




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