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PqU vai expandir em até 25% capacidade instalada
Do Diário do Grande ABC
15/12/1999 | 15:22
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A Petroquímica Uniao (PqU), central de matérias-primas do pólo petroquímico de Capuava, em Santo André, quer expandir de 20% a 25% sua capacidade instalada para a produçao de etileno (matéria-prima de resinas termoplásticas). O vice-presidente da Uniao de Indústrias Petroquímicas (Unipar), Vítor Mallmann, afirma que o aumento da capacidade será baseada em gás, a ser fornecido pelas refinarias da Petrobras em Sao Paulo. A Unipar possui 37,2% do controle acionário da PqU.

Com a expansao, a PqU passará a oferecer ao mercado da regiao Sudeste de 120 mil toneladas a 150 mil t ao ano a mais do que produz hoje. A capacidade instalada atual da central, cuja expansao a partir de nafta foi concluída este ano, é de 600 mil t/ano. O projeto de aumento com o insumo gás está em fase de viabilizaçao e vai demandar a construçao de uma unidade independente da que produz com nafta.

"O ideal é que a unidade fique dentro do terreno da PqU porque estaria mais próxima das refinarias", avalia Mallmann. Ele informa que, desta vez, o projeto deverá sair do papel em um prazo bem menor do que os mais de dez anos demandados pela expansao anterior. Deverá ser mais rápido mesmo, porque dentro de cerca de dois anos, o novo pólo paulista deverá despontar em Paulínia, para produzir petroquímicos também a partir de gás.

Com o incremento planejado para produçao a partir do gás a PqU sinaliza que também procura alternativa à matéria-prima nafta, cujo preço no mercado interno deverá se igualar ao do exterior até agosto do próximo ano. A formaçao do preço do gás no mercado interno ainda é uma incógnita, mas fontes do setor petroquímico apostam que esse insumo terá menos oscilaçoes de valor do que o derivado do petróleo (nafta). Mesmo o gás de refinaria, subproduto da fabricaçao de insumos mais nobres, terá o preço controlado.

Prova disso é que o gás, ao contrário da nafta, suporta contratos de longo prazo e deverá custar menos do que a commodity. O acordo de fornecimento do gás (de petróleo) da Bacia de Campos para a Riopolímeros, por exemplo, garante fornecimento durante 15 anos, pela Petrobras. O novo pólo paulista, sob controle da Petrobras, com outra sócia, a Odebrecht Química, vai utilizar o gás da Bolívia - mais pobre em etano, do que o derivado de petróleo, mas igualmente sem grandes oscilaçoes como é normal nas cotaçoes da nafta.

A Riopolímeros é a associaçao entre Petrobras (16%), a Unipar (42%) e a Suzano (42%), para a implantaçao do pólo gás-químico do Rio. A composiçao acionária está sendo revista (a nova será anunciada por volta de 15 de janeiro) e, segundo o vice-presidente, a Petrobras poderá aumentar sua participaçao no controle do pólo fluminense, "firmando que quer ter uma petroquímica e nao apenas auxiliar seus clientes", observou Mallmann.

O investimento da Unipar na PqU e no pólo do Rio reafirma a posiçao da holding na regiao Sudeste, responsável por 70% do consumo de resinas termoplásticas do país. As centrais do Rio e Sao Paulo, juntas, terao capacidade para a produçao de mais de 1,1 milhao t/ano de matérias-primas para a produçao de resinas, a partir de 2003. O novo pólo paulista, em 2002 ou 2003 colocará no mercado outras 500 mil t/ano de insumos petroquímicos.




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