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Jovem é transferido para UTI, mas pais não são informados

Lucas de Sousa Santos, 20, foi levado para o Hospital de Clínicas em cumprimento a ordem judicial, porém, sem ciência da família

Vanessa de Oliveira
do Diário do Grande ABC
25/06/2015 | 07:07
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Nario Barbosa/DGABC


Dois dias depois de a Justiça conceder a Lucas de Sousa Santos, 20 anos, liminar para que a Prefeitura de São Bernardo disponibilizasse imediatamente – ou seja, desde segunda-feira –, vaga de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para o jovem, a determinação foi cumprida na madrugada de ontem, porém, sem que a família fosse informada. Por volta das 3h, ele foi levado à UTI do Hospital de Clínicas, também no município.

Com diagnóstico de choque séptico (infecção que pode se espalhar pelo organismo), o rapaz, que tem paralisia cerebral e gastrostomia (orifício para alimentação via sonda), estava desde o dia 13 no setor de emergência do Hospital e Pronto Socorro Central da cidade, conforme noticiado pelo Diário.

Os familiares do jovem souberam da transferência apenas às 15h, quando o pai do paciente, Gilberto Caetite dos Santos, 50, foi visitar o filho na unidade onde ele permanecia há quase duas semanas. “Fui fazer a ficha na recepção e a recepcionista não encontrava o nome do Lucas. Então falou que ele foi transferido. Deixamos dois números de telefone e não nos avisaram. Fiquei revoltado”, contou.

“É um absurdo, uma falta de consideração”, queixou-se a mãe, Laurita Lina de Sousa, 50.

A defensora pública e coordenadora do Núcleo dos Direitos do Idoso e da Pessoa com Deficiência, Renata Flores Tibyriçá, que interviu judicialmente para a obtenção da vaga de UTI, tampouco foi avisada sobre a transferência. “Não recebemos nenhum contato (da Prefeitura), foi a família quem nos avisou. Talvez tenha sido pelo fato da urgência, já que o Lucas corria risco da maneira como estava e, ao surgir a vaga, poderia ser preenchida por outro paciente caso houvesse alguma demora”, falou. “Mas deveriam ter informado a família, até mesmo para que acompanhasse a transferência, o que seria o ideal, pois se acontece algum prejuízo ao paciente durante a remoção, eles saberiam a forma como ela seria feita”, acrescentou a defensora.

O Diário procurou o Executivo de São Bernardo para questionar o motivo pelo qual a família de Santos não foi avisada no início da noite de ontem, mas não obteve retorno. Na terça-feira, foram solicitadas informações sobre o número de vagas em UTI na cidade e se todas estavam preenchidas, mas também não houve resposta.
 




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