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Região tem 2 carros roubados por hora
Fernanda Borges
Do Diário do Grande ABC
29/07/2010 | 09:06
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O Grande ABC registrou média de 50 carros roubados ou furtados por dia no segundo trimestre. Ou seja, a cada hora, pelo menos dois proprietários de veículos ficaram a pé na região durante o período.

Os dados são do CPAM-6 (Comando de Policiamento de Área Metropolitana-6), responsável pelas sete cidades da região. Ao todo, 4.466 veículos foram levados por criminosos nos meses de abril, maio e junho, o que representa aumento de 6,6% em relação ao trimestre anterior. De janeiro a março,foram 4.190. Se analisados somente os registros de roubo - crime cometido com violência ou ameaça, e portanto, de maior potencial ofensivo que o furto -, a região teve 2.618 ocorrências no segundo trimestre, contra 2.355 do período anterior, o que representa aumento de 11%.

A cidade com maior incidência de roubo foi São Bernardo, com 910 veículos roubados (35%), seguido por Santo André, com 606 (23%). Depois aparecem Diadema, com 548 ocorrências (21%); São Caetano, com 331 (13%); Mauá, com 182 (7%); Ribeirão Pires, com 36 (1%) e Rio Grande da Serra, com registro de cinco casos (0,19%).

O comandante do CPAM-6, José Luís Martins Navarro, atribui a alta no índice de roubos de veículos ao crescimento da população e da frota. "Temos de levar em conta que todos os meses esses fatores registram aumento na região. Sendo assim, a elevação de 11% de um trimestre para o outro está dentro dos padrões aceitáveis", acredita.

"Além disso, em cidades como São Bernardo e Santo André, que têm território maior e contam, cada uma, com dois batalhões de polícia, é normal que haja um registro mais expressivo de ocorrências."

A frota de veículos avançou rapidamente nessas cidades, segundo dados do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito). Em São Bernardo, o total passou de 420.476 em janeiro deste ano para 427.845 em abril. Já Santo André registrava 391.653 veículos em janeiro passado e o índice saltou para 399.111 em abril.

"Por conta desse aumento dos roubos já estamos intensificando as medidas preventivas em todas as áreas da região, além dos locais onde foram registrados um número maior de ocorrências", destacou.

Entre as regiões que tiveram o patrulhamento reforçado nas principais vias de acesso estão o bairro Rudge Ramos, em São Bernardo; Parque Capuava, em Santo André; bairro Eldorado, em Diadema; Vila Gerty, em São Caetano; Jardim Zaíra, em Mauá; Jardim Itacolomy, em Ribeirão Pires, e a região central de Rio Grande da Serra. "Os criminosos sempre procuram as rotas mais fáceis de fuga e esses locais contam com atenção especial da polícia."

Segundo Navarro, os criminosos preferem veículos que possibilitam o rápido deslocamento."Ele (o assaltante) vai aproveitar um descuido do motorista ou escolher o carro que está em posição de fácil manobra e que corra mais", alerta.

Demacro aponta resultados positivos

Os índices de homicídios dolosos (com intenção de matar) permaneceram praticamente estáveis na região no segundo trimestre deste ano, na comparação com os primeiros três meses, segundo levantamento do CPAM-6. Foram 80 mortes nos meses de abril, maio e junho, contra 82 no trimestre anterior - o que representa uma queda de 2%.

Entre as cidades, Diadema foi a que registrou o maior número de homicídios, com 23 (29%). Em seguida, aparece Santo André, com 22 mortes (28%), que continua mantendo a tendência de alta do primeiro trimestre, quando foram 29 casos.

Depois vem São Bernardo, com 19 homicídios (24%), seguido por Mauá, com nove (11%), e por Rio Grande da Serra, com dois (3%). São Caetano foi a única cidade da região que ainda não registrou nenhum homicídio desde o começo deste ano.

Segundo o diretor do Demacro (Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo), que abrange o Grande ABC, Marcos Carneiro Lima, os padrões elevados da qualidade de vida em São Caetano explicam os baixos índices de criminalidade. "O município apresenta boas condições de vida em vários parâmetros, como saúde e educação. Isso desfavorece crimes como os homicídios dolosos", afirma.

"Em Santo André, por exemplo, que ainda registra um grande número de ocorrências, isso acontece pela presença de muitos bairros periféricos, onde podemos destacar problemas que impulsionam a bandidagem como a falta de habitação, transporte precário, empregos escassos etc", argumenta Lima.

Apesar do aumento no índice de roubo de veículos e na estabilidade no total de homicídios, os dados mostram que houve uma ligeira queda de 0,28% da criminalidade na região - somando também os furtos de objetos e de carros. "Isso mostra que as ações preventivas da PM, aliadas às investigações da Polícia Civil, estão dando resultados positivos", ressalta o diretor.




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