O padeiro desempregado Antonio Maurício, 57 anos, e o funcionário público Donizete Aparecido de Oliveira, 37, pretendem chegar ao destino na quinta-feira antes do meio-dia, e assim pagar promessas por graças alcançadas.

Seu Antônio contou que esta é a quarta vez que vai a pé até Aparecida. A primeira foi em 1988. “Um primo meu fez a promessa depois de se machucar no trabalho e resolvi acompanhá-lo”, disse. No ano seguinte, seu Antônio foi sozinho pagar uma promessa feita por ele mesmo. “Não me recordo o motivo do meu agradecimento.” Em 1990, o romeiro foi acompanhar um outro primo, já falecido. Essa peregrinação também contou com a companhia de Oliveira, que fez o percurso pela primeira vez.

Onze anos depois, seu Antônio e Oliveira se reuniram novamente em mais uma aventura, cada um com um motivo diferente. O primeiro teve um problema de saúde no fim do ano passado. “Caí na escada e machuquei o pé. Prometi para Nossa Senhora Aparecida que, se ela me ajudasse a ficar bom, iria voltar para Aparecida a pé. Fiquei curado e agora vou pagar a promessa”, contou. Oliveira não quis contar o motivo pelo qual vai até Aparecida. “É pessoal”, explicou.

Os romeiros esperam caminhar entre 55 e 60 quilômetros por dia, parando apenas para comer e dormir um pouco. Seu Antônio contou que eles vão passar a noite na estrada, em postos de gasolina. “Vamos estender um cobertor e dormir no chão mesmo.”

Os dois romeiros garantem que estão preparados fisicamente para enfrentar a estrada. “Ando pelo bairro todo dia e quando preciso ir até Santo André e São Bernardo vou a pé”, contou seu Antônio. Oliveira disse que sempre que pode faz longas caminhadas, além de praticar natação.