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Serviços podem alavancar PIB em 2009
Marcos Seabra
Do Diário do Grande ABC
01/03/2009 | 07:18
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Diante da crise nas exportações brasileiras, especialmente da indústria automobilística, o setor de serviços pode ser uma alternativa para contornar o desemprego no País.

Sob o ponto de vista do professor Hernan Edgardo Contreras Alday, coordenador do curso de pós-graduação de Gestão Estratégica de Serviços da FESPSP (Faculdade de Administração da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo), o setor de serviços tem hoje uma "importante representação para a economia brasileira". "Seu crescimento é visto como uma promessa para o desenvolvimento. O setor representa atualmente, por exemplo, cerca de 60% do PIB (Produto Interno Bruto) nacional e é o maior gerador de empregos formais do país, segundo o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), divulgado no segundo semestre de 2008", aponta o professor da FESPSP.

No Grande ABC a possibilidade não é diferente, o que, aliás, poderá ser vislumbrado com mais detalhes durante a realização do seminário "O ABC do Diálogo e do Desenvolvimento". O evento, que acontece nos dias 11 e 12 no Cenforpe (Centro de Formação dos Profissionais da Educação), em São Bernardo, vai discutir propostas para enfrentar a crise econômica na região. Além de prefeitos da região, estarão presentes ao evento a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Nelson Henrique Barbosa Filho.

Ainda na opinião do professor da FESPSP, o crescimento do setor de serviços vai alavancar o crescimento do PIB previsto para este ano. "Segundo expectativas do mercado, a expansão do PIB girará em torno de 2%; este crescimento em 2009 será sustentado, em parte, pelo setor de Serviços", acrescenta Alday.

A opinião de Alday é corroborada por Leonardo Trevisan, professor e um dos coordenadores da pós-graduação em economia da PUC-São Paulo. "O setor de serviços vem tomando a frente das indústrias como fator de emprego há muitos anos. Esse processo ganhou força em São Paulo e começa a se espalhar pelo País, inclusive o Grande ABC", afirma Trevisan. A desvantagem para o setor está na maior dificuldade de ser inserido na pauta de exportações do País. "Ainda temos pouca tradição em exportar serviços. Nesse campo (exportação) ainda estamos em uma época anterior",

Na região, o setor de serviços emprega um percentual ainda maior que a média nacional. De acordo com dados do Seade (Fundação Sistema de Análise de Dados e Estatísticas), mais de 490 mil pessoas trabalham no setor de serviços no Grande ABC, contra 170 mil na indústria e 147 mil no comércio, mesmo sem levar em consideração que o comércio está inserido no universo de serviços.

Além dos números absolutos, outro fator que corrobora a força do setor de serviços é que essas atividades também tem papel importante no desempenho de outros setores da economia, principalmente o industrial. "Cada vez mais a venda dos produtos industrializados tem como diferencial competitivo o setor de serviços".




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