Internacional Titulo Crise grega
Grécia enfrentará desafio para aprovar acordo no Parlamento, diz Deutsche Bank
23/06/2015 | 08:58
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Embora tenha avançado ontem em negociações com credores internacionais, o governo do primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, terá de se esforçar muito para conquistar o apoio dos parlamentares em Atenas a um eventual acordo com autoridades europeias e o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Para George Saravelos, analista do Deutsche Bank, será "um grande desafio" para Tsipras aprovar um acordo no Parlamento. Segundo ele, a mídia grega calcula que entre 10 e 40 parlamentares do governista Syriza, o partido esquerdista que chegou ao poder em janeiro, poderão rejeitar o acordo, e existe a possibilidade dos aliados dos Gregos Independentes se retirarem da coalizão governista.

Um número elevado de rejeições forçaria Tsipras a busca apoio do oposicionista Nova Democracia, o que abriria a possibilidade de mudanças amplas no governo ou de um referendo, afirma o analista. Atualmente, o governo tem uma maioria de 11 assentos no Parlamento.

Saravelos pondera ainda que poderá ser difícil o governo conquistar a simpatia do Nova Democracia, diante da postura pró-negócios do partido e da proposta de Atenas para um novo imposto corporativo. "Como o processo político se dará dependerá muito do número de parlamentares que o governo perder", disse. Ainda segundo o analista, uma perda de menos de 30 parlamentares pode forçar uma mudança na coalizão que incluiria dois pequenos partidos moderados do Parlamento, o Pasok e o To Potami, que juntos possuem 30 assentos.

Ontem, líderes da zona do euro discutiram em Bruxelas, durante reunião de cúpula de emergência, a proposta mais recente de reformas apresentada pela Grécia como contrapartida para a liberação da última tranche do atual programa de ajuda do país, que vence no próximo dia 30. Autoridades europeias consideraram a oferta grega mais promissora que propostas anteriores, mas disseram que ainda precisam garantir que os números estão em linha com as exigências dos credores, formados pela Comissão Europeia, pelo Banco Central Europeu (BCE) e pelo FMI.

O comissário europeu para economia e assuntos financeiros, Pierre Moscovici, declarou estar confiante de que um acordo entre Atenas e os credores será fechado ainda nesta semana.

O Eurogrupo, que reúne os ministros de Finanças da zona do euro, volta a se encontrar nesta quarta-feira para discutir a questão grega, um dia antes de uma cúpula de líderes da União Europeia.

A Grécia precisa de um novo acordo com os credores até o fim do mês para evitar a declaração de uma moratória e, em última instância, sua saída da zona do euro.




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