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MP vai identificar criminosos em vídeo
Luciano Cavenagui
Do Diário do Grande ABC
13/02/2007 | 22:37
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O MP (Ministério Público) pretende identificar todas as pessoas que aparecem cometendo crimes na festa promovida pelo PCC (Primeiro Comando da Capital) na favela do Morro do Samba, em Diadema. Após a identificação, essas pessoas serão indiciadas e vão responder pelos delitos, de acordo com o promotor José Reinaldo Guimarães Carneiro, integrante do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado).

“Dentro de duas semanas, no máximo, desejamos obter essas identificações e responsabilizar os culpados. Vamos realizar um trabalho conjunto com o setor de inteligência da Polícia Militar”, afirmou o promotor.

As imagens, exibidas segunda-feira pela TV Bandeirantes, mostram uma festa de Natal regada a consumo explícito de cocaína, maconha e bebida alcoólica, tudo patrocinado pelo PCC e em meio a crianças e adolescentes. Cerca de 500 pessoas participaram da “confraternização”.

Há apologia contundente à facção. A favela é dominada por Edilson Borges Nogueira, o Biroska, membro da cúpula do PCC preso na Penitenciária II de Presidente Venceslau.

“Ficou caracterizado que o PCC financiou a festa, onde vários crimes ocorreram: tráfico de drogas, uso de entorpecentes, corrupção de menores e apologia aos delitos”, disse Carneiro.

O secretário estadual de Segurança Pública, Ronaldo Marzagão, minimizou a importância do vídeo.

“Essas imagens são de 2005. Muitas pessoas já foram identificadas. Algumas foram presas e outras terminaram em confronto com a polícia. É uma questão pretérita”, afirmou o secretário.

O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Roberto Antônio Diniz, disse que desde o Natal de 2005 diversas prisões foram feitas na área do Morro do Samba em várias blitze.

Após a declaração do secretário, a Secretaria de Segurança Pública informou que cem pessoas que estavam na festa já foram identificadas e presas.

“A reportagem veiculada pela TV Bandeirantes dá a entender que as imagens foram feitas no Natal do ano passado, o que não é verdade. Desde 2005 houve diversas intervenções policiais no local”, afirmou o delegado seccional de Diadema, Sérgio Abdala. A principal delas foi a Operação Saturação, em julho do ano passado, feita pela Tropa de Choque.

“Não importa se as imagens foram realizadas agora ou há dois anos. O episódio é grave do mesmo jeito. Vamos fazer um levantamento completo das imagens e identificar todos”, ressaltou o promotor Carneiro.

De fato, as imagens são anteriores a 13 janeiro de 2006, quando a polícia de Diadema descobriu um grafite feito em um muro da favela que fazia apologia à morte de policiais. A “obra de arte” foi encomendada pelo traficante Biroska. Dias depois, o grafiteiro foi preso.

Apesar de a TV Bandeirantes informar que o vídeo foi obtido por meio de uma apreensão policial, os comandos das Polícias Civil e Militar informaram terça-feira que não tinham conhecimento da existência das imagens.

No final da tarde de terça-feira, a emissora entregou uma cópia da fita ao delegado Nelson Guimarães, diretor do Demacro (Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo), responsável pela Região Metropolitana.

“Primeiro temos de saber a origem dessa fita para tomarmos qualquer providência”, afirmou o delegado seccional de Diadema.




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