O Cetrami (Centro de Tratamento dos Movimentos Involuntários do Hospital Nove de Julho), de São Paulo, estima que anualmente sejam registrados 36 mil novos casos da doença no Brasil. Até hoje não foi encontrada a cura da doença. A região Sul do País se destaca pelo maior número de casos e a incidência mais acentuada se dá em homens.
“O Mal de Parkinson é um processo degenerativo progressivo dos neurônios, que contêm a substância dopamina, uma das responsáveis pelos movimentos automáticos das pessoas”, disse o neurologista do Cetrami, Antônio Cezar Galvão. Desde que foi descoberta por James Parkinson, em 1817, não foi descoberta a sua causa. Entre as probabilidades, estão fatores genéticos e o aumento dos radicais livres, que são substâncias tóxicas produzidas pelo processo metabólico celular.
Segundo o médico do Cetrami, para o tratamento dos portadores da doença há necessidade do trabalho de uma equipe multidisciplinar, de neurologistas a psicólogos. “O paciente parkinsoniano fica muito limitado. Cerca de 25% tem como sintoma a depressão, o que exige um atendimento mais direcionado.”
O tratamento, no começo da doença, é à base de medicamentos, principalmente com a substância levodopa, que promove o aumento da atividade da substância dopamina. De acordo com o neurologista, normalmente após dez anos essa terapia pode trazer comprometimentos, como alucinações e aumento de movimentos involuntários. “Nessas situações, é indicado tratamento cirúrgico.”
O professor titular de neurocirurgia e neurologia da Faculdade de Medicina do ABC, Jorge Roberto Pagura, informou que no ano que vem está prevista a inauguração do Departamento de Neurocirurgia Funcional no Hospital Estadual de Santo André, que servirá de retaguarda à região.
Como o Mal de Parkinson é progressivo, a neurologista e professora da Faculdade de Medicina ABC, Carmen Lisa Jorge, explicou que é recomendável que os pacientes continuem ativos, tanto mental como fisicamente, na medida do possível. “Essa atitude pode evitar, por exemplo, problemas com perda de memória e de auto-estima”.
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