Economia Titulo Retração
Indústrias da região fecham 2.500 vagas

Fábricas do Grande ABC reduzem empregos
pelo quarto mês seguido, aponta estudo do Ciesp

Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
19/06/2015 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


Em meio ao cenário de crise no setor automotivo, o nível de emprego nas indústrias da região segue recuando. Em maio, houve o fechamento de 2.500 postos de trabalho nas fábricas do Grande ABC, o que significa redução de 1,18% em relação ao contingente de pessoas empregadas na atividade produtiva em abril, de acordo com pesquisa realizada pelo Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) junto a empresas associadas à entidade. Foi a quarta vez seguida de retração no indicador. Com isso, as indústrias já somam 9.000 vagas a menos nos cinco primeiros meses de 2015, ou o equivalente a 60 cortes por dia desde o início do ano. Nos 12 meses terminados em maio, por sua vez, foram eliminados 22 mil empregos.

A parada nas vendas de veículos – de janeiro a maio houve redução de 20,9% na comercialização de carros na comparação com igual período de 2014 – influiu para essa redução, já que, sobretudo, as indústrias de autopeças foram impactadas com a queda nas encomendas, apontam representantes do setor. E as montadoras, além de também fazer enxugamentos, puseram muita gente de lay-off (suspensão do contrato, que é contabilizada como demissão temporária) – no mês passado, as unidades da Volkswagen e da Ford, em São Bernardo, afastaram por essa sistemática, respectivamente, 230 e 200, e a General Motors, em São Caetano, suspendeu 900. E em Santo André, na fabricante de pneus Pirelli, outros 447 foram suspensos.

PERSPECTIVA

A perspectiva para os próximos meses não é animadora. “Não temos nenhum fato novo que mostra que vai melhorar, pelo contrário”, afirma o diretor titular da regional do Ciesp de São Bernardo, Hitoshi Hyodo. Segundo ele, o projeto do governo que reduz à desoneração da folha de pagamento em diversos segmentos, incluindo o de autopeças, vai prejudicar a cadeia produtiva. O dirigente cita ainda que, quando foi aprovado o incentivo tributário, há dois anos, as montadoras exigiram que as fornecedoras reduzissem o preço e agora, se a medida for aprovada, não vão querer pagar mais pela alta do custo das autopeças.

Nem a taxa cambial está sendo suficiente para reverter a situação. “Mesmo com o dólar mais alto, a competitividade da indústria está muito baixa. Com o aumento de impostos fica mais fácil trazer de fora do que produzir aqui”, diz o primeiro vice-diretor da regional do Ciesp de Diadema, Anuar Dequech Júnior.   




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