Após mais uma reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, oito ministros e os líderes do governo na Câmara e no Senado, nesta quarta-feira, segue indefinido o novo valor do salário mínimo, que vigora a partir de 1º de maio. Segundo o líder do governo na Câmara, Professor Luizinho (PT-SP), que participou do encontro, o debate foi interrompido pouco depois das 14h, por conta da agenda de Lula, e será retomado por volta das 17h.

O deputado Luizinho sinalizou que o índice de reajuste do vencimento básico pode não sair nesta quarta-feira. "Ainda não há valores definidos. O anúncio cabe ao presidente da República. Se ao final da reunião ele achar que está na hora de falar, ele fala", comentou o líder do governo na Câmara. "Estamos dialogando, discutindo, e vamos garantir um mínimo que possa estar acima da inflação, como já se fez no ano passado."

As expectativas são de que o salário deve passar dos atuais R$ 240 para R$ 260 - 1,5% acima da inflação. Apesar de setores do PT e da oposição reivindicarem um aumento superior a R$ 270, o setor econômico alerta que um reajuste mais amplo vai onerar as contas da Previdência Social e dos pequenos municípios.

O grupo que defende um índice maior alega que o reajuste não pode ser visto como um simples gasto, mas como uma forma de incentivar o consumo interno. O argumento sustentado por Lula e sua equipe para segurar o valor em R$ 260 é o de que com cada real economizado na elevação do vencimento básico mais poderá ser investido em obras de infra-estrutrura. Essas obras, por sua vez, gerariam mais empregos e permitiriam que um número maior de pessoas se torne assalariado.

Para compensar o reajuste modesto do mínimo, o governo já definiu o aumento do salário-família, que deve passar de R$ 13,48 para R$ 25 (por filho de até 14 anos, com o limite de três filhos por família). Assim, um trabalhador poderá acumular R$ 335 – somando um mínimo e três salários-família por mês.

Segundo a assessoria do Planalto, participam da reunião com Lula os ministros Antônio Palocci (Fazenda), Ricardo Berzoini (Trabalho), Luiz Dulci (Secretaria Geral), Luiz Gushiken (Comunicação Social), Amir Lando (Previdência), Guido Mantega (Planejamento), Aldo Rebelo (Coordenação Política) e Jaques Wagner (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social), além do líderes do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), e na Câmara, Professor Luizinho (PT-SP).