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Lar Anália Franco acolhe mulher
vítima de violência doméstica
Elaine Granconato
Do Diário do Grande ABC
06/09/2011 | 07:30
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O Instituto Assistencial Espírita Anália Franco, entidade fundada há 12 anos em São Caetano, é ponto de referência para mulheres vítimas de violência doméstica, abuso sexual ou mesmo em situação de rua. Ali, encontram porto seguro para superar as cicatrizes deixadas não só no corpo como na lembrança de um passado recente. E mais: junto dos filhos, geralmente a única razão para busca de ajuda e de mudança de sua história de vida.

Do total de 43 pessoas acolhidas na casa hoje, inclusive idosas acima de 60 anos, dez são mulheres na condição de risco social - além de cinco crianças. É o caso de uma carioca, 31 anos, que aportou no Lar Anália Franco há dois meses, vinda do Ceará, onde morou por quatro meses com o pai do sétimo filho, que está para chegar.

No oitavo mês de gestação de um menino, que será batizado com o nome de Luan, a carioca diz que não se acostumou em morar no Nordeste. "Vim para cá, onde tenho parentes, mas não quiseram me acolher por estar com outro filho na barriga", conta a mulher, que está com uma filha de 6 anos no lar.

Os outros cinco filhos estão espalhados entre o Rio de Janeiro e o bairro do Ipiranga, em São Paulo, com parentes. As crianças são frutos do primeiro casamento, que não trouxe boas recordações para a atual gestante. "Ele era alcoólatra, além de usuário de drogas", afirma, ao acrescentar as várias vezes em que sofreu violência física do ex-marido.

O Lar Anália Franco, como é mais conhecido, nasceu da também Instituição Assistencial Espírita Lar Bom Repouso - entidade existente desde 1974 no município e voltada exclusivamente ao atendimento de homens, principalmente os abandonados e esquecidos nas ruas e vítimas do alcoolismo e das drogas.

Para o vice-presidente do Lar Anália Franco, Gilmar Talarico, verificou-se a necessidade de um olhar especial na cidade voltado à mulher em situação de violência no lar, desde física até emocional. "A demanda é crescente", confirma o administrador de empresas, que dedica, diariamente, as tardes para o trabalho totalmente voluntário na casa.

 

Instituição abriga também idosas sem vínculos sociais

Não só mulheres vítimas de violência doméstica formam o universo do Lar Anália Franco. A entidade possui trabalho reconhecido no atendimento de idosas, acima de 60 anos, sem vínculo algum com a sociedade ou doentes. A maioria oriunda de família sem condições financeiras.

Na casa, moram sem tempo determinado e recebem atendimentos médico, odontológico e psicológico, além de cinco refeições diárias. Tudo gratuitamente.

Sem sede própria, a entidade paga de aluguel mensal R$ 5.700. E ainda tem de bancar a compra de alimentos, materiais de limpeza e de higiene pessoal, luvas de procedimento, medicamentos e fraldas geriátricas e infantis. Aliás, por dia são consumidas 100 - quase 3.000 por mês, segundo o vice-presidente Gilmar Talarico.

Embora a entidade possua convênio para repasse de verba com os governos municipal e estadual, toda doação é bem-vinda. Entre os itens, estão produtos alimentícios, roupas, calçados, remédios, materiais de limpeza (sabão em pó e água sanitária), fraldas, cartuchos vazios de impressora, artigos de cama, mesa e banho, além de itens de higiene pessoal, como sabonetes, pasta de dente e absorventes.




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