A equipe feminina de vôlei do São Bernardo para a temporada 2015/2016 foi apresentada ontem, de forma modesta, e, como se diz popularmente, honesta. Sem grande pompa, as 11 jogadoras contratadas até o momento – o grupo ainda não está fechado e mais duas ou três atletas devem chegar – participaram de um evento aberto à imprensa em uma das salas do Ginásio Poliesportivo com a presença do treinador William Carvalho, ex-assistente de Flavio Aniceto na época passada – o antigo chefe agora é conselheiro do capitão da geração de prata, e do secretário de Esporte e Lazer da cidade, José Alexandre Pena Devesa.

Das 11 atletas, quatro são remanescentes do grupo que disputou a última Superliga feminina – a ponteira Paula, as líberos Stephany, conhecida como Teny, filha do atual treinador, e Dalila e a central Carla. Fora isso, pouco mudou. O orçamento da equipe continua o mesmo, girando em torno de R$ 600 mil advindos das esferas municipal, estadual e federal através de leis de incentivo ao Esporte e de renúncia fiscal. Esse montante deve receber o incremento de verba da parceria com a FAM (Faculdade das Américas), cujo contrato ainda não está assinado. Como o Diário já publicou, a instituição ministra aulas irregulares de medicina na cidade, já que não tem autorização do MEC (Ministério da Educação). As passagens aéreas continuam cedidas pela Gol, como ocorre nas demais equipes da Superliga feminina.

“É um valor baixo. Mas nós tínhamos duas possibilidades: de continuar com o voleibol ou fechar as portas. Nós fizemos questão de manter o time. Somos conscientes da importância deste trabalho de revelar jogadoras e estamos procurando parceiros. Estamos vendendo algo que já existe. Damos sequência (ao trabalho) a duras penas, mas estamos nessa batalha”, detalhou Devesa.

Os objetivos também são os mesmos: formar um time jovem com algumas atletas de mais rodagem – atualmente a mais experiente é Teny, com 29 anos – para tentar surpreender e fazer boas campanhas em âmbitos estadual e nacional – o grupo participará dos Jogos Regionais, do Campeonato Paulista e da Superliga.

“Brigamos no segundo escalão, até pelo investimento das outras equipes. Mas não podemos subestimar pessoas determinadas. (O resultado) Vai depender do trabalho. No voleibol feminino você consegue equilibrar, é diferente do masculino. Ano passado, perdemos jogos por falta de um pouco de experiência. Estou esperançoso com essa equipe”, destacou o técnico William, que não vê problemas em comandar a filha Teny em quadra.

“Para mim é normal dar bronca. A gente quebra o pau em casa do mesmo jeito que fazemos na quadra”, riu o treinador. “No começo foi difícil (trabalhar junto), o pessoal pensava que eu seria titular porque sou filha dele. Hoje levamos isso bem”, ressaltou Teny, que é andreense.