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Menino de 12 anos é abusado dentro de escola em S.Bernardo

Garoto foi ameaçado de morte por outro estudante de 17 anos; diretoria de ensino vai averiguar conduta da instituição no caso

Yara Ferraz
do Diário do Grande ABC
04/06/2015 | 07:07
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Um aluno de 12 anos foi abusado sexualmente por outro de 17 na EE Doutor Baeta Neves, em São Bernardo. A diretoria de ensino reconheceu o fato e afirmou que apura a conduta da escola no caso.

No dia 27 de maio, o menino frequentou as aulas no período da tarde e ficou conversando com os amigos no refeitório na saída, às 18h20. A mãe do aluno, uma podóloga de 45 anos, afirmou que foi buscar o filho na escola. “Uma mulher me ouviu falar com a minha mãe e disse que meu filho tinha saído correndo e chorando pelo bairro”, disse.

Preocupada, ela foi atrás do menino e o encontrou próximo de casa. Ele não quis contar o que havia acontecido, mas disse que ia falar quando os dois estivessem em casa.

A mãe ouviu, com o coração apertado, o relato do filho que foi abusado sexualmente dentro da escola pelo colega mais velho. Foi com lágrimas nos olhos que fez o relato à equipe do Diário. Seu nome foi preservado para não expor o garoto. “No dia anterior, quando esse adolescente se aproximou, estava ouvindo música. O meu filho e os amiguinhos deram risada e o rapaz ameaçou meu menino de morte. Na quarta-feira, ele reforçou a ameaça e obrigou-o a ir para lugar abandonado dentro da escola.”

De acordo com a mãe, foi ali que houve o abuso. Segundo ela, o adolescente de 17 anos pediu para o menino de 12 abaixar as calças e também fazer sexo oral. “Ele ainda disse que ia matar meu filho se ele contasse algo para alguém.”

Pouco mais de uma semana após o acontecido, a podóloga já tomou todas as providências. Registrou o boletim de ocorrência do caso no 6º DP (Baeta Neves), levou o menino até o HMU (Hospital Municipal Universitário), onde ele recebeu medicação contra DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis). Ele também realizou exame de corpo de delito. Depois de tudo o que o filho passou, o sentimento da família é de revolta. “O fato em si ter acontecido com o meu filho já dói demais. Imagina ele ter sido realizado por outro aluno dentro da escola, que é o ambiente onde ele deveria se sentir seguro”, disse.

A mãe procurou a diretoria da instituição e a delegacia de ensino nesta semana. Segundo ela, a vice-diretora a informou que o adolescente já foi identificado e que está em liberdade assistida. “Acho um absurdo que os pais não sejam avisados disso para que orientem os filhos. Somente hoje (ontem) me deram mais explicações, dizendo que o Conselho Tutelar já está no caso.”

A Diretoria Regional de Ensino de São Bernardo informou que assim que tomou conhecimento da denúncia, acionou o Conselho Tutelar. Segundo o órgão, não há registro junto à direção da unidade de conflito entre os alunos.

Tanto a direção da escola quanto a diretoria regional de ensino receberam os responsáveis pelo estudante e estão acompanhando o atendimento e prestando todo apoio ao jovem e sua família. A administração regional também afirmou que colabora com a investigação policial e abriu apuração para averiguar a conduta da direção da escola.

O menino foi transferido de escola, mas ainda não voltou a frequentar as aulas. Ele vai passar por tratamento psicológico no Caism (Centro de Atenção Integrada em Saúde Mental). “Gostaria de alertar os outros pais em relação a esse assunto. O meu filho teve coragem de falar, mas muitos não têm. É algo que dói muito na gente”, afirmou a mãe 




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