Setecidades Titulo
Vândalos destroem túmulos em R. Grande da Serra
Elaine Granconato
Do Diário do Grande ABC
08/04/2003 | 20:41
Compartilhar notícia


Atos de vandalismo no Cemitério de São Sebastião, no bairro Santa Teresa, em Rio Grande da Serra, provocaram a destruição de cinco túmulos. O cemitério municipal, que está com sua capacidade esgotada, possui iluminação apenas na entrada principal. O fato revoltou as famílias – uma delas registrou Boletim de Ocorrência no DP (Distrito Policial) da cidade para cobrar providências da Prefeitura. A administração do local disse desconhecer os autores.

“Com muito sacrifício, eu e meu irmão conseguimos construir em janeiro o túmulo onde meu pai (Joaquim Agostinho Neto) foi enterrado no dia de Natal do ano passado. Agora, a gente encontra tudo arrebentado desse jeito”, afirmou a desempregada Lilian Aparecida Ribeiro, 37 anos. O túmulo foi danificado na madrugada de sábado e domingo retrasados. A sepultura estava inacabada: faltava cobrir com cimento e pintá-la. Até a cruz e o único vaso de flor foram quebrados. Segundo ela, o custo foi de R$ 126 na compra dos materiais (areia, cimento e bloco). “Carregamos os blocos e vários baldes de água até aqui. Ainda tenho dores na coluna de carregar tanto peso”, ressaltou, ao acrescentar que foram gastas seis horas de serviço em um dia. Agostinho Neto foi vereador na cidade na década de 70 por duas gestões.

Para chegar à sepultura onde o pai de Lilian foi enterrado, localizada na quadra E, que fica praticamente no meio do cemitério e distante da entrada principal, é necessário percorrer caminhos de terra e andar sobre o mato alto existente. O acesso torna-se difícil para os visitantes, principalmente pelo fato de o cemitério ter desníveis em sua topografia. Funcionários da Prefeitura de Rio Grande da Serra, no entanto, carpinavam o local no dia em que a reportagem esteve no cemitério.

O administrador do cemitério, Antonio Mário Pinto, 44 anos, disse ter sido essa a primeira vez que os túmulos foram danificados. “O que é comum são pessoas entrarem para furtar portões de alumínio das sepulturas”, disse. Ele informou que dois vigias, contratados pela Prefeitura, se revezam 24 horas na segurança do local. “À noite é tudo escuro. Até para eles, que não trabalham armados, fica difícil controlar a área”, disse.

Ressarcimento – O secretário de Serviços Urbanos, Luiz Carlos Ramos, disse que a Prefeitura irá entrar em contato com Lilian, única família prejudicada a reivindicar ajuda. “Vamos ceder o material ou oferecer a mão-de-obra para que o túmulo seja reconstruído o mais rápido possível”, afirmou. No entanto, até terça-feira ninguém da Prefeitura havia procurado pelos familiares de Joaquim Agostinho Neto.

Peritos do IC (Instituto de Criminalística) estiveram no cemitério. O laudo deve ser entregue entre 30 e 60 dias, segundo informações no DP.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;