Esportes Titulo
São Bernardo é pioneiro no hóquei sobre grama
Fernando Cappelli
Do Diário do Grande ABC
14/02/2011 | 07:30
Compartilhar notícia


Um site especializado e boa dose de ousadia foram suficientes para um grupo de São Bernardo se tornar pioneiro no Grande ABC em um dos esportes coletivos olímpicos menos praticados no Brasil.

Há pouco mais de um ano, Fernando Miyazaki conheceu o hóquei sobre grama por acaso, na internet, e cismou que seria jogador. Amadureceu a ideia, adquiriu equipamentos básicos (bolas e tacos) em importadora e convenceu amigos da faculdade de informática para começar a jogar. "O esporte engatinha na região. Ainda somos amadores, mas estamos no caminho certo", conta.

Logo, Miyazaki fez contato com a CBHG (Confederação Brasileira de Hóquei Sobre Grama e Indoor) e conseguiu respaldo do Palestra, clube da região que fornece ginásio e mini-campo para os treinos.

"O fato de ser olímpico e desconhecido nos levou a investir", conta o presidente palestrino Fábio Cassetari Neto. "Neste ciclo extenso que teremos até a Olimpíada de 2016, buscar diferenciais é providencial. Já encomendamos 40 tacos e 60 bolas, que são importados do Paquistão e devem chegar nas próximas semanas. Vamos multiplicar os praticantes em curto prazo. Quem quiser treinar, é só aparecer", emenda.

Em 2010, o time de São Bernardo disputou pela primeira vez os campeonatos paulista e brasileiro. Agora, se prepara para a nova edição do nacional, que começa em 19 de março e terá participação de mais sete times. Rio de Janeiro e Florianópolis detêm a hegemonia nacional.

No hóquei, a divisão mundial de confederações é feita por continentes. Desde o fim do ano passado, o Palestra tem auxílio de Júlio Neves, filiado à PAHF (Federação Pan-Americana), ex-jogador e incentivador do esporte, com experiência de duas décadas na modalidade e sete anos na Seleção Brasileira. "A primeira vez que tentamos implementar o esporte em São Bernardo foi há dez anos. O trabalho não teve continuidade. Agora apostamos pesado nesta nova oportunidade", afirmou Neves.

Pela falta de lugares apropriados para praticar a modalidade em campo (o oficial tem 91 m por 55 m de largura), o mais viável, segundo Neves, será apostar na modalidade indoor (fechada), com número reduzido de jogadores e pode ser praticada em quadras com dimensões e traves semelhantes às do handebol.

 

Regras prezam segurança e contato físico reduzido

O hóquei tradicional não utiliza patins. É disputado geralmente em dois tempos de 35 minutos. Em campo, são onze jogadores com posições semelhantes às do futebol. No indoor (em ginásios), o número cai para seis.

A regra básica aponta que a condução da bola e tacadas podem ser feitas apenas com a parte interna do taco. Os gols são válidos dentro de área delimitada em cada meta, chamada striking circle. Os jogadores não podem levantar o taco acima dos ombros, nem mover a bola com as mãos ou pés (com exceção do goleiro).

Proteger a bola com o corpo só é válido quando se conduz a bola, ou seja, quando o jogador tem posse e a coloca em movimento. Desta forma, todos têm a mesma chance de ter controle da bola, quando há drible ou passe.

As faltas são punidas com tiros livres do lugar onde foram cometidas. Da mesma forma que o futebol, infrações cometidas dentro da área são punidas com pênalti: tiro livre do qual só participam o cobrador e o goleiro da equipe adversária.

O Brasil ainda tem pouca tradição no panorama da modalidade. Há poucos anos começou a participar de competições internacionais com regularidade. Na Argentina, o time feminino é potência mundial. As atletas são conhecidas como Las Leonas (As Leoas).




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;