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Faculdade de Ribeirão Pires abriga alunos 'sem-teto' do Sesi da cidade
Bruna Gonçalves
Do Diário do Grande ABC
12/02/2010 | 07:58
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Os 704 alunos do Ensino Fundamental do Sesi de Ribeirão Pires foram obrigados a começar o ano letivo utilizando as salas de aula de uma faculdade do município. O motivo para a transferência dos alunos é uma interdição feita na semana passada pela Defesa Civil, por conta do risco de desmoronamento do morro que fica nos fundos de uma das casas da escola, que abrigava os estudantes transferidos.

O início das aulas, programado para o dia 1º, aconteceu somente uma semana depois, já que foi preciso encontrar um novo local para os alunos. As Faculdades Integradas de Ribeirão Pires solucionou o problema. "Fizemos contato com a instituição, que nos cedeu salas de aula para que nossos alunos não percam o ano letivo", explicou o diretor do Sesi em Mauá e em São Caetano, que também responde por Ribeirão.

Os outros 102 alunos da unidade, do Ensino Médio e da EJA (Educação de Jovens e Adultos), continuam no local, já que o imóvel onde têm aulas fica mais distante do morro que oferece risco.

A próxima vistoria da Defesa Civil está agendada para o dia 15 de abril. "Eles irão até o local ver como está a situação. Esperamos que tudo esteja normalizado e que possamos voltar, já que terá passado o período de chuvas", disse. "Caso não seja liberado, vamos conversar com a faculdade para que o prazo seja prolongado. Também vamos aguardar a manifestação da Prefeitura sobre a doação de um terreno para a construção de um novo Sesi", contou.

A diretoria da instituição está programando reposições das aulas perdidas aos sábados para os estudantes prejudicados.

ACOMODAÇÕES - As Faculdades Integradas de Ribeirão Pires disponibilizaram 12 salas de aula, nos períodos da manhã e da tarde, para que os alunos possam manter as rotinas de estudo. "Não vi problema nenhum em ceder o espaço. Temos que ser solidários com a comunidade", disse a diretora Vera Ferro de Carvalho, explicando que os alunos têm na instituição toda a estrutura necessária para que os estudos não sejam prejudicados.

A aluna Cecília Santana Sales, 7 anos, disse estar satisfeita com a sala. "A carteira é muito confortável. Dá para correr e brincar (durante o recreio) que nem no intervalo no Sesi", contou.

 

Pais dividem opiniões sobre novo local

 

Por conta da transferência da escola do Sesi, que fica no Centro de Ribeirão, para as dependências da instituição, no Parque Aliança, as donas de casa Rosilene Maria Marques de Souza, 41 anos, e Maria de Fátima Sales Moreira, 47, contaram que passaram a esperar a saída dos filhos das aulas, em vez de voltar para as residências depois de deixá-los e retornar no fim da tarde. Porém, apesar de esperar por quatro horas todos os dias, elas contaram que ainda preferem o novo local. "Não volto para casa porque vou gastar muito", explicou Rosilene.

Débora de Lima, 30, reclamou da distância. "Moro no bairro Alvorada e não fica muito perto daqui. Espero que o Sesi arrume isso logo".

PERUEIROS - O motorista Eunício de Oliveira, 45, que trabalha há quatro anos levando e trazendo os alunos do Sesi, disse que o novo local não alterou sua rotina ou a cobrança dos clientes. Para Elísio Moraes, 47, já que o percurso aumentou, os valores tiveram que seguir."Tive que aumentar 25% para pagar as despesas como gasolina e manutenção do carro". contou.




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