O operário da Sama (Saneamento Básico de Mauá) Gilmar Leonel Viana de Mello, 26 anos, matou sua namorada Cristiane Ferreira Eugênio, 19, com dois tiros na cabeça e depois suicidou-se com um tiro na boca, neste domingo pela manha no bairro Macuco, na área do Jardim Zaíra, em Mauá. Gilmar deixou uma carta de despedida onde afirmou que a namorada estava "armando para ele", mas que era "mais ligeiro que ela" e conseguiu matá-la. No bilhete, disse ainda que "morria feliz mesmo amando Cristiane".

Os corpos dos dois foram encontrados na casa de Gilmar por policiais militares após ligaçao telefônica dos vizinhos que ouviram os disparos. Cristiane estava nua na cama e Gilmar estava no chao vestindo apenas uma calça e deitado ao lado da cama, com o rosto desfigurado pelo tiro.

O irmao de Gilmar, Adailton Leonel de Mello, contou que os dois namoravam há um ano e que a relaçao do casal era muito conturbada. "Eles brigavam muito e durante o período do namoro se separaram várias vezes, depois voltavam, mas o Gilmar nunca me disse que estava com problemas sérios. Eles nao conversavam muito com a gente, mas ele nao demonstrava que seria capaz de matar a mulher e se suicidar."

Na carta que deixou escrita, Gilmar dizia que gostava de Cristiane, mas que ela estava armando para ele, supostamente em uma alusao de que a namorada queria ficar com objetos de valor dele. O operário escreveu também que já tinha sondado uma pessoa para matá-la caso nao conseguisse assassinar a namorada, e que morreria feliz e a amando.

Segundo a irma gêmea do operário, Gilmara Viana de Mello, o casal conheceu-se na favela onde moravam, que fica numa viela da rua Dona Emília Scarparo, no bairro Macuco, o mesmo local onde morreram. "Quando eles brigavam, ela ia para a casa da mae, que era vizinha de Gilmar."

No quarto de Gilmar foram encontradas várias camisinhas espalhadas, além da carta, fotos dos filhos do operário penduradas na parede e a frase "Te amo", em um móvel ao lado da cama.