O desfile do Primeiro Grupo do Carnaval de Mauá começou com atraso ontem à noite. Prevista para as 19h, a festa teve início às 20h20 com a entrada da Camisa Azul e Branco na avenida. O público lotou as arquibancadas e cantou junto o samba- enredo da agremiação.

Nova Era foi a segunda a tomar conta do sambódromo, no Paço Municipal de Mauá, e depois viriam Beira Rio, Silvia Maria, Ordem e Progresso, União da Vila e Acadêmicos do São João.

No dia anterior, quando a passarela do samba foi palco da disputa do Segundo Grupo, o atraso para o começo do desfile foi de uma hora. Apesar disso, o Carnaval de Mauá atraiu cerca de 20 mil pessoas, segundo a Guarda Municipal. O público mostrava empolgação mesmo após um ano sem Carnaval e com a mudança do sambódromo, que era na Avenida Portugal, para o Paço Municipal,

O atraso criou expectativa devido a reunião de última hora com os jurados do Carnaval. "Tivemos que explicar alguns detalhes de preenchimento da cédula de votação ao júri, por isso ocorreu o pequeno atraso", explicou o presidente da Uesma (União das Escolas de Samba de Mauá), Roberto Amaro Lima.

A Império do Oratório foi a primeira a atravessar a avenida, com o enredo Candaces (Guerreiras Africanas). A batida da bateria, as cores e brilhos das fantasias envolveram e hipnotizaram até as pessoas que não fazem parte das comunidades carnavalescas da cidade, mas que decidiram prestigiar a festa.

A dona de casa Leonilda Gravero, 63 anos, apesar de morar 40 anos em Mauá, foi pela primeira vez ver o desfile e ficou encantada.

"Estou achando lindo, não quero perder mais nenhum. Ainda mais agora que é do lado da minha casa. Venho a pé", declarou, toda animada, e com um largo sorriso no rosto a moradora do parque São Vicente.

Ao chegar ao fim da avenida, na dispersão, componentes das escolas não se contiveram de alegria e emoção. Cintia Feitosa, 27, primeira porta-bandeira da Tradição, declarou, ainda com a bandeira da escola nas mãos: "Fizemos um desfile para subir. Valeu a pena".

A escola foi a terceira a entrar no sambódromo de Mauá, com o enredo Tudo Vale a Pena Quando a Alma Não é Pequena, frase do poeta português Fernando Pessoa. Também desfilaram em busca de uma vaga no Primeiro Grupo Anchieta, Mocidade, Flor do Morro, Dragões e Imperatriz.

Evento em nível regional pode ser conversado

O secretário de Cultura Esporte e Lazer de Mauá, José Estevam Gazinhato, pensa que unificar o Carnaval da região não é viável no momento.

DIÁRIO - O senhor acha viável um único desfile de Carnaval com escolas de samba das sete cidades do Grande ABC?
GAZINHATO - Não. Os espaços das escolas de samba de cada cidade já foram conquistados e definidos. Não creio que a unificação irá atender todas as comunidades carnavalescas da região. Com certeza algumas escolas ficariam fora do desfile.

DIÁRIO - E futuramente?
GAZINHATO - Não podemos descartar a ideia de uma vez. Mas é um assunto que deve ser bastante conversado. Podemos começar com um desfile regional das campeãs do Carnaval das sete cidades.