Márcio Bernardes Titulo Márcio Bernardes
Decadência
Do Diário OnLine
22/05/2015 | 07:00
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A precoce saída de Luiz Felipe Scolari do Grêmio comprova que o técnico não conseguiu se recuperar do vexame da Copa do Mundo no Brasil, no ano passado. Aliás, a trajetória de Felipão, depois da conquista do pentacampeonato mundial em 2002, não aponta resultados expressivos.

Portugal, sob o comando do treinador, perdeu a Eurocopa em casa, em 2004, para a surpreendente Grécia. No Chelsea, ele foi um retumbante fracasso. No Bunyodkor, ficou pouco tempo e foi mandado embora. Dirigindo de novo a Seleção Brasileira, não precisa nem dizer.

Exceção foi a conquista da Copa do Brasil pelo Palmeiras em 2012.

Milionário, Felipão deveria se aposentar e abrir espaço para os mais jovens. Mas, vaidoso e confiante em sua discutida capacidade, aceita convites, sonhando poder criar uma nova família Scolari.

Maratonas

A Maratona de São Paulo, realizada pela 21ª vez, comprovou que correr aqui não é fácil. Diferentemente de Londres, Berlim, Chicago e Paris, o percurso tem uma difícil altimetria e, mesmo os atletas de ponta, sofrem para fechar a prova com um bom tempo. Desta vez, o queniano Asbel Quipsang ganhou com 2h15min15s.

Para se ter uma noção de como anda difícil correr em São Paulo, o recorde da Maratona é de Vanderlei Cordeiro de Lima, em 2002, com o tempo de 2h11min19s. Já o melhor tempo dessa nobre prova olímpica, conseguido em Berlim no ano passado, é do queniano Dennis Kmetto, com 2h02min57s.

Corri várias maratonas. Em São Paulo, pelo menos cinco. Mas hoje vivo das lembranças e com a frustração de não poder correr mais pelo menos dez metros. Os joelhos estão depauperados, não há mais cartilagem e as dores são constantes. Tudo isso, fruto dos exageros de antigamente, da impressão de que o corpo é invencível.

Poucos corpos têm biótipo suficiente para aguentar correr a vida inteira. As lesões, algumas graves como as minhas, se mostram irrecuperáveis.

É possível que se eu tivesse juízo, talvez hoje conseguisse correr um pouquinho, prazer inigualável, que só quem pratica esse esporte consegue entender. A endorfina adquirida supera alguns outros prazeres seculares.




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