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Salários da Neomater seguem atrasados
Paula Cabrera
Do Diário do Grande ABC
23/02/2010 | 07:00
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O Hospital Puer, antigo Neomater, não conseguiu cumprir a promessa e regularizar o pagamento dos 310 funcionários, que ainda aguardam os salários de janeiro. Com as contas bloqueadas pela Justiça para cumprir pagamento de ações judiciais de ex-servidores da maternidade, a empresa alega que trabalha agora para acertar a situação até sexta-feira.

Segundo o Sindsaúde (Sindicato dos Empregados em Estabelecimento Privados de Saúde), apesar de não haver mobilização para greve, grande parte dos empregados -, que receberam o último ordenado em 5 de janeiro - não tem cumprido a carga horária diária. "A maioria dos trabalhadores tem dois empregos e, se não recebe em um lugar, vai para outro, pois mantém dois vínculos. Como não receberam salários, podem faltar sem qualquer complicação", garante o presidente do Sindsaúde, Waldir Tadeu David.

O hospital não divulgou quantos servidores deixaram os postos nos últimos dias, nem se as faltas estão prejudicando o andamento das tarefas hospitalares, mas alerta, em nota oficial, que "funcionários que comprovarem que o motivo da ausência se deve ao atraso do pagamento não serão descontados".

O sindicato estima que apenas um terço do quadro compareceram ao trabalho ontem. "De uma seção com 15 funcionários, só quatro cumpriram jornada", cita David.

A direção do Puer - que alugou o prédio da Neomater no ano passado, mas se exime de qualquer responsabilidade pelas dívidas deixadas pelos ex-donos - afirma que ainda não conseguiu o desbloqueio das contas em juízo e está levantando fundos para cumprir os pagamentos por outros meios, sem revelar, no entanto, de onde virá a quantia, nem quanto será necessário para quitar todos os débitos.

RESPONSABILIDADE - A administração da Puer alega que absorveu 30% do antigo quadro de funcionários. No entanto, mesmo com razão social distinta, a Justiça do Trabalho permite que antigos colaboradores exijam que a nova gestão cumpra o pagamento das dívidas. "Uma nova empresa não descaracteriza as responsabilidade do sucessor. Senão seria muito simples diante da má gestão mudar dirigentes e sócios e se eximir de responsabilidade", explica o especialista em direito trabalhista Eli Alves da Silva.




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