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Casos de dengue têm alta de 92% em 15 dias

Região alcança 2.970 contaminações desde janeiro, média de 114 para cada 100 mil habitantes

Vanessa de Oliveira
Do Diário do Grande ABC
20/05/2015 | 07:00
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Marina Brandão/DGABC


A dengue não dá trégua ao Grande ABC. No curto intervalo de duas semanas, 1.424 novos casos autóctones da doença (contraídos dentro dos municípios) foram confirmados: de 1.546, as contaminações saltaram para 2.970, aumento de 92%.

Rio Grande da Serra não teve nenhuma pessoa infectada e Ribeirão Pires totaliza o menor número: seis pacientes. Já Diadema registrou o único óbito da região, em março, quando a enfermidade vitimou uma mulher de 37 anos, moradora do bairro Piraporinha. O terceiro mês do ano, inclusive, foi quando ocorreu o maior número de transmissões na cidade: 560. No mês passado, 16 pessoas foram diagnosticadas com dengue e, segundo a Prefeitura, restam ainda 2.000 notificações aguardando resultado de sorologia para confirmação ou não da doença. Até o momento, são 660 casos; há 14 dias eram 592.

São Bernardo, que contabilizava 672 registros, subiu para 928; Santo André, das 272 transmissões, mais que triplicou, chegando agora a 867; em São Caetano, eram 31 casos, que hoje somam 178; e Mauá, que tinha 150, alcançou 331.

Apesar da alta, o cenário não é epidêmico. Considerando os cerca de 2,6 milhões de habitantes, a região tem atualmente 114,23 casos para cada 100 mil moradores. De acordo com o Ministério da Saúde, considera-se epidemia quando as contaminações superam 300 para cada 100 mil pessoas.

O professor responsável pela disciplina de Infectologia da Faculdade de Medicina do ABC, Hélio Vasconcellos Lopes, explica o porquê de os casos não pararem de subir. “A população de insetos é muito grande e está se dando muito bem na convivência com humanos. Os mosquitos continuam encontrando locais propícios para a procriação”, fala, completando. “A onda de chuvas favorece o acúmulo de água parada. Outro fator negativo é a falta de educação de algumas pessoas para lidar com o problema, a ponto de não permitir a visita de agentes fiscalizadores em suas casas.”

No dia 7, o visual merchandising e morador do bairro Barcelona, em São Caetano, Paulo Henrique Souza, 25 anos, recebeu o diagnóstico de que estava com dengue. “Ainda sinto refluxo, que me causa dor estomacal, além de dores no corpo e na cabeça”, conta ele. “O médico não me disse quando vou melhorar 100%, apenas me medicou e pediu que fizesse uma sorologia, que vai demorar 15 dias para ficar pronta”, acrescentou.

OUTROS VÍRUS

Nos últimos dias, outras duas doenças transmitidas pelo mesmo mosquito – o Aedes aegypti – tiveram repercussão após a confirmação de pessoas infectadas com zika vírus e febre chikungunya. A primeira, que infectou 16 pessoas no País, é caracterizada por febre baixa, olhos vermelhos sem secreção e sem coceira, dores musculares, erupção cutânea com pontos brancos ou vermelhos, dor de cabeça e dor nas costas. Os sinais e sintomas podem durar até sete dias. Já na segunda, que de janeiro a abril contabilizou 1.978 casos (a maioria na Bahia), os sintomas são parecidos e costumam durar de três a dez dias.

Em Santo André, a Secretaria de Saúde informou que há dois casos suspeitos de febre chikungunya, aguardando resultado de exame. Nas demais cidades, não há registros das patologias.

 




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