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Família de madrasta nega maus-tratos
Luciano Cavenagui
Do Diário do Grande ABC
15/11/2008 | 08:10
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A família de Mariluci Ferreira dos Santos, 42 anos, assassinada na Vila Histórica de Paranapiacaba, em Santo André, negou que ela cometia maus-tratos contra a enteada de 13 anos acusada de cometer o crime juntamente com o pai. As agressões foram alegadas como motivadoras do homicídio.

"É um absurdo o que esses assassinos falaram sobre minha filha. Ela tratava a enteada como se fosse a própria filha. Todos os dias pegava a menina na escola, embaixo de chuva ou sol. Estão tentando ‘pintar' a minha filha como um monstro", afirmou a aposentada Maria José dos Santos, 73 anos, que mora na parte alta da Vila junto com outros familiares. Ela chorou diversas vezes enquanto conversava com a reportagem.

"Ocorria justamente o contrário. Era a menina que batia na minha irmã. Temos certeza de que o crime foi motivado por ciúmes que a garota sentia pelo pai. Ela não admitia que os dois ficassem juntos", contou a dona-de-casa Marilene Ferreira dos Santos, 32.

A família de Mariluci confirmou que ela era alcoólatra, mas garantiu que o vício não se transformava em violência física. "Quando ela bebia, ficava calma, não batia em ninguém. Só falava muita besteira", afirmou a cunhada Adriana de Menezes Santos, 23.

A família da vítima do assassinato que chocou a Vila Histórica deseja agora que a memória de Mariluci seja preservada e que a justiça seja feita.

Além da estudante de 13 anos e de seu pai, o pedreiro José Souto Espinoza, 38, acusados de esfaquearem e apedrejarem a vítima, também foi detido o avô da menina, Luis Berenguel Lopes, 65, acusado de ocultar o cadáver. O corpo de Mariluci só foi achado dois dias após o homicídio.

A Vara da Infância e da Juventude ainda não decidiu qual será o destino da adolescente. A audiência de ontem foi adiada por falta de responsável legal da menina. O Conselho Tutelar deseja que a estudante fique em liberdade assistida com uma tia. Entretanto, a adolescente provavelmente ficará internada na Fundação Casa (ex-Febem). Enquanto a decisão não sai, a menina ficará numa cela no 1º DP da cidade. Ela reafirmou ontem na Promotoria de Infância que era maltratada pela madrasta.




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