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Pai de Eloá continua foragido
André Vieira
Do Diário do Grande ABC
09/01/2009 | 07:00
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O pai de Eloá, Everaldo Pereira dos Santos, 53 anos, acusado de participação em uma gangue criminosa de Alagoas, continua foragido. Os advogados que representam os familiares de Eloá Cristina da Silva afirmaram na quinta-feira que a espingarda calibre 22 encontrada no apartamento dos pais da jovem, com numeração raspada, pode ter sido colocada na residência por Lindemberg Alves Fernandes, dias antes de assassinar a estudante no Jardim Santo André.

Em sua denúncia, o promotor de justiça Antonio Nobre Folgado acusa Everaldo de ser o dono da arma. Foragido da Justiça, o ex-policial militar é acusado de ter participado de um grupo criminoso chamado pelas autoridades de Alagoas de "Gangue Fardada". Entre os crimes cometidos pelo bando, com a participação do pai de Eloá, estariam os assassinatos, em 1991, do delegado Ricardo Lessa - irmão do ex-governador de Alagoas Ronaldo Lessa - e seu motorista. Ontem, os advogados garantiram que Everaldo falaria com a imprensa por meio de uma videoconferência, mas isso não aconteceu.

A mãe de Eloá, Ana Cristina Pimentel da Silva, 42, reforçou a hipótese levantada pelos advogados dizendo que a família não guardava armas de fogo em casa.

O pedido da defesa para que Santos fosse julgado pelas acusações da promotoria - porte ilegal de arma e falsidade ideológica - em separado de Lindemberg, foi aceito pela Justiça. "Não queríamos que o Everaldo sentasse ao lado do Lindemberg, a pessoa que matou sua própria filha", disse o advogado José Beraldo, justificando que "aquele que omite o nome verdadeiro para manter sua própria integridade física não comete crime."

Além disso, até a próxima semana a defesa pretende ingressar pedido de habeas-corpus para Everaldo.

Ana Cristina afirmou ontem no escritório dos advogados que acredita na inocência de seu marido. Afastada de suas funções na creche em que trabalha desde a morte da filha, a mãe de Eloá disse que não fala com marido nem pessoalmente, nem por telefone, desde outubro do ano passado, quando o apartamento foi invadido por Lindemberg.

"Quero deixar bem claro que ele não está perto de mim, para que a polícia não fique me procurando. Eu não sei onde ele está", disse Ana Cristina, contando que foi alcançada em sua casa e na casa de uma amiga onde morou temporariamente.

Muito emocionada e a todo momento reforçando a fé e a devoção religiosa de toda família, Ana Cristina descreveu como foi o reencontro com o algoz de sua filha, no Fórum de Santo André.

"Eu imaginei que ele iria olhar para mim. Queria que ele olhasse dentro dos meus olhos. Esperava olhar para ele e ver o arrependimento nos olhos dele, mas ele não olhou para mim em nenhum momento. Não pensava que ele fosse tão frio."

Procurada pela reportagem para comentar a acusação de que seu cliente possa ter colocado a espingarda na casa da ex-namorada, a advogada de Lindemberg, Ana Lúcia Assad, disse que se pronunciaria hoje.




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