Economia Titulo Planejamento financeiro
Definir metas ajuda a
começar ano no azul

Colocar as finanças no eixo não é fácil; para cortar gastos,
deve-se estipular prazos aos sonhos a serem alcançados

Erica Martin
Do Diário do Grande ABC
08/01/2012 | 07:14
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Começar o ano sem dívidas e de quebra ter uma reserva na poupança é o sonho de muitos brasileiros. Mas colocar as finanças no eixo não é tarefa fácil. Prova disso é que o nível de endividamento ainda é elevado no País. Dados da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas e do Serviço de Proteção ao Crédito mostra que a taxa de inadimplência registrou alta de 5,34% no ano passado frente a 2010.

Com organização é possível mapear os caminhos do próprio dinheiro, pontapé inicial para reequilibrar as finanças. “Começar o ano no azul é ter o controle da vida financeira nas mãos”, diz presidente do Instituto Dsop de Educação Financeira, Reinaldo Domingos.

INÍCIO - O primeiro passo para seguir com as finanças em ordem em 2012 é reunir a família e expor todas as informações financeiras, o que significa receitas, despesas e investimentos. Com toda a papelada em mãos, será mais fácil traçar um diagnóstico sobre a situação da família. “O tema do encontro serão os sonhos individuais e coletivos e em quanto tempo será possível realizá-los”, recomenda Domingos.

Para o especialista, o hábito de eliminar gastos só é incorporado pelas pessoas quando os objetivos são definidos previamente. Portanto, não adianta pedir aos filhos que apenas economizem. Será mais prazeroso poupar o dinheiro que será destinado, por exemplo, a uma viagem à Europa ou à aquisição de imóvel mais confortável. Boicotar hábitos perdulários será impreterível para alcançar os grandes prazeres da vida.

FAXINA - Para começar os cortes no orçamento com foco na realização dos sonhos, o recomendado é apontar durante 30 dias todas as despesas, inclusive aquele lanche no fim da tarde. “Caso perceba que está gastando R$ 100 na padaria, por exemplo, mas frequentemente pães e frios vão para o lixo, é sinal de que dá para reduzir com alimentação”, diz Domingos. Quem está no vermelho deve primeiro igualar o total de despesas com a renda mensal líquida. De acordo com o consultor, após deixar a conta no azul, é possível eliminar de 20% a 30% de gastos com itens supérfluos.

DÍVIDAS - Em uma planilha, anote todas as dívidas já assumidas e o valor que irá pagar mensalmente. Na coluna ao lado, especifique o salário líquido mensal, assim será possível identificar a parte da renda mensal futura que já está comprometida com dívidas. Se o salário é de R$ 3.000 e as dívidas somarem R$ 1.500 mensais até junho, o consumidor sabe que durante os próximos seis meses metade da receita não poderá ser considerada nos novos compromissos financeiros. Mas se tiver dívidas atrasadas e o dinheiro não for suficiente para quitar o saldo devedor, poupe um pouco por mês e espere para negociar com o credor.

Para o professor de Economia do Insper Otto Nogami, quem tem conta vencida deve esquecer o cartão de crédito e evitar novas compras. Caso tenha empréstimo para pagar, mas que está sendo quitado em dia, o recomendado é esperar. “Não há vantagem em liquidar a dívida antes, pois o desconto é pequeno.”

POUPANÇA - Não esqueça de formar reserva para o caso de emergências, como a compra de medicamentos. Para Nogami, o ideal é poupar o equivalente a três salários para os imprevistos. Além disso, reservar 20% da renda mensal para a realização dos sonhos. Quem não conseguir guardar o montante deve economizar uma quantia, mesmo que seja pequena. Para criar o hábito de guardar dinheiro, a dica é poupar todo mês o mesmo volume de recursos.

INVESTIMENTOS – Não esqueça de investir conforme o prazo dos seus sonhos. Para o consultor financeiro Mauro Calil, autor do livro a Receita do Bolo, até seis meses, a poupança é a melhor opção. De seis meses a três anos, o Tesouro Direto (título da dívida pública) e os Certificados de Depósitos Bancários (papéis de bancos) são os indicados. Até cinco anos, o especialista recomenda as debêntures (papéis emitidos por empresas).

“Mas tem de ter certeza que não precisará do dinheiro, já que é um investimento sem muita liquidez”, orienta. Se o prazo for superior a cinco anos, o investidor pode mesclar fundos imobiliários e ações.

 




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