A família Bevilacqua, de Santo André, conseguiu ficar em paz neste fim de semana. Isso porque Marcelo Bevilacqua, 47 anos, o filho recém-nascido, Pedro, e a mulher, Kelly Pineiro Bevilacqua, 42, retornaram no sábado da cidade de Katmandu, no Nepal, onde moravam. No dia 25, o Nepal foi atingido por um terremoto de magnitude 7,8, o mais forte nos últimos 80 anos.

Marcelo, que morava no país há dois anos, foi com o filho para a casa de parentes da mulher em Mogi das Cruzes. O irmão Gilson, 49, voltou na segunda-feira em outro voo e já está em casa na Vila Pires. Ele tinha ido visitar o sobrinho, no dia 14 do último mês.

Gilson lembra que retornava da cidade de Chitwan, onde foi fazer passeio de ônibus, no momento da tragédia. “Quando eu estava voltando para a capital, o trânsito parou e as pessoas começaram a carregar pedras para serem colocadas no pneu dos veículos. Eu não entendia o que estava acontecendo, até um nepalês começar a gritar, em inglês, que era um terremoto”, disse.

Os visitantes correram para se proteger até os tremores pararem. Seis horas depois, Gilson chegou em Katmandu, mas o ônibus não parou no mesmo lugar da partida.“Eu não tinha dimensão do estrago, aí comecei a ver as construções destruídas e pessoas feridas nas ruas. Já estava escuro e não reconheci o local. Quando liguei para o meu irmão, passei o telefone para uma pessoa na rua explicar o lugar.”

O irmão, que é missionário num projeto da Igreja Batista, levou todos para um abrigo montado pela instituição. Os voluntários passavam a noite dentro dos carros. “As condições eram precárias, mas a comida era comunitária e não faltava. Eu fiquei tranquilo por estar todo mundo bem.”

A viagem de férias do biólogo tinha sido planejada com uma parada de três dias em Nova Delhi na Índia, antes de retornar ao Brasil. Ele conseguiu passar apenas um dia lá. “Ainda não caiu a ficha do que aconteceu. Antes de viajar eu escrevi uma mensagem no Facebook que seria a viagem mais inesquecível que eu já fiz. Mas, por causa dos países exóticos e o nascimento do meu sobrinho, nunca imaginava que estaria no meio disso.”