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Gente da Pedreira
Ademir Medici
07/05/2015 | 07:07
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Na Semana Rio Grande da Serra 2015, um retorno à década de 1960. A diretoria do clube da Pedreira recebe o doutor Quintino, este senhor de terno claro, sentado, ao centro da primeira fila.

Batida a foto, observam-se trabalhadores graduados da pedreira mantida e explorada pela municipalidade paulistana. Doutor Quintino é identificado pelo nosso orientador João Bello como diretor da Câmara de São Paulo.

Na frente, a partir da esquerda: o carpinteiro José Moya, o sergipano Manoel Luiz dos Santos (encarregado da casa de força e do compressor de ar, hoje com 97 anos e residindo em Ribeirão Pires), doutor Quintino, Adolfo Rodrigues (que trabalhava com explosivos na pedreira e era o presidente do clube) e José Palmeira da Silva (motorista da carreta que puxava pedras e que chegou a vereador).

Em pé: Manoel Antonio do Nascimento (o Bazoni, que trabalhava no almoxarifado e despachava pedras), apontador João de Toledo, o alagoano José Roberto de Morais, o pedreiro Antonio Moya, o motorista que trouxe o doutor Quintino, Henrique Fonseca Moreira (do escritório da pedreira, primeiro presidente da Câmara e que dá nome ao plenário do Legislativo), maquinista João Antunes, o baiano Fiel de Araujo Silva, Silvio Bello (do setor de perfuração de rochas e tio do João Bello) e Hermenegildo Guariento (fornecedor de leite à Prefeitura).

Era 1972. Cala-se a velha pedreira (*)

Mil novecentos e setenta e oito. O que o bairro Pedreira é? Uma comunidade formada em função da pedreira inesgotável. Pedreira que é rica, que já foi fartamente explorada. Mas que teve suas atividades completamente paralisadas em 1972.

E por que pararam de explorar a pedreira? “Política, por causa da política”, respondem alguns moradores. O prefeito Aarão Teixeira, o mais jovem prefeito do Brasil, arrisca a dizer que talvez seja pela dificuldade de transporte, já que antigamente as pedras eram despachadas por trem e hoje por estradas rodoviárias.

Nota – Não ouvimos uma resposta que hoje seria comum e politicamente correta: necessidade de preservação do meio ambiente. Afinal, a natureza deste cantinho do Grande ABC vinha sendo explorada há muitas décadas. Mas seria por isso mesmo que a pedreira chegou ao fim? Mistério.

(*) Outro trecho de reportagem que publicamos aqui no Diário em 23-4-1978, dentro da série A História dos Bairros.

Em 7 de maio de...

- Falece, no Rio de Janeiro, Luís Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias, Patrono do Exército Brasileiro.
- Instalado, em São Paulo, o escritório da Light and Power, multinacional que investirá em transportes e fornecimento de energia elétrica pelas décadas seguintes, inclusive construindo a Represa Billings.
- Realizado piquenique no Parque Antarctica aos funcionários da Light, comemorativo aos 15 anos da empresa em São Paulo.
- A guerra. Do noticiário do Estadão: ‘A Inglaterra proíbe a exportação de carvão’.
- Dez famílias fundam a Colônia Mizuho, em São Bernardo. No mesmo ano criam a Associação Cultural de Alvarenga Mizuho.
- Fundada a Sociedade Esportiva Vila Humaitá, de Santo André.
- Inaugurados os refletores do Estádio Ítalo Setti, o antigo campo do EC São Bernardo, na Rua Marechal Deodoro, com o amistoso São Paulo 5, Esporte 0.
- Fundado o Esporte Clube Vila Noêmia, de Mauá, em versão apresentada pelo jornalista Divanei Guazzelli (cf. Publicação no Diário em 11-6-1997).
- Aberta na Vera Cruz a 1ª Feira das Indústrias de Móveis, Decorações e Adornos, iniciativa de Antonio de Mello.
- Inaugurado, em Santo André, o escritório Acef (Assistência Contábil e Fiscal), de Luis Carlos Mantovani Silva, à Rua Coronel Oliveira Lima, 167, primeiro andar.

Diário há 30 anos

Terça-feira, 7 de maio de 1985 – ano 27, nº 5818
Manchete – Eleições diretas nas capitais ainda causam polêmica
Movimento Sindical – Metalúrgicos encerram greve em Santo André
Ribeirão Pires – Prefeitura vai à Assembleia Legislativa e pede a anexação do Corredor Polonês ao seu território.
Nota – ‘Corredor Polonês’ é a faixa de terra que interliga a sede do município de Santo André ao distrito de Paranapiacaba – uma alusão à faixa de terra europeia cuja disputa entre Polônia e Alemanha contribuiu para a eclosão da Segunda Guerra.
No nosso caso, a disputa maior que se fazia, a partir da década de 1950, era pelos impostos da Elclor ou Eletrocloro, depois Solvay, hoje Braskem, que fica nessa faixa. Enquanto o grupo industrial estava isento de taxas e impostos municipais, essa disputa não existia. Depois, exacerbou-se. Mas Santo André sempre conseguiu garantir a posse do território.
Atribuiu-se ao funcionário Henry Veronesi, do cadastro fiscal da Prefeitura de Santo André, hoje aposentado e vivendo no Interior, o emprego da expressão ‘Corredor Polonês’ aqui no Grande ABC, claro, numa alusão à disputa que movimentou a Europa na primeira metade do século passado.
Lazer – Aramaçan realiza a atividade ‘Domingo Encantado’, que reúne 2.000 crianças.
Data – Colônia Mizuho, de São Bernardo, comemora 50 anos.
Futebol – Domingo, pela Segundona: em Taubaté, Taubaté 1, São Bernardo 0; em Salto, Saltense 0, Saad, de São Caetano, 3.

Santos do dia

Na estampa, Santa Flavia Domitilia. O imperador Domiciano era seu parente próximo. E foi enviado por este para uma ilha, onde sofreu o martírio por ser notoriamente cristã. Viveu em Roma, no século 1.

Augusto
Gisela
Juvenal 




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