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Região registra quase 200% de aumento em casos de dengue

Nos primeiros 4 meses do ano foram 1.546 contaminações, ante 527 em 2014, sem contar Sto.André; Mauá tinha 3 ocorrências e passa a 150

Yara Ferraz
do Diário do Grande ABC
06/05/2015 | 07:07
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Andréa Iseki/DGABC


Os casos de dengue aumentaram 193,36% neste ano no Grande ABC, comparados com o primeiro quadrimestre de 2014. Foram 1.546 registros autóctones (contraídos dentro dos municípios), enquanto no ano passado o número chegou a 527. Santo André informou apenas as contaminações deste ano, o que eleva o número de ocorrências da região para 1.818.

Entre as cidades, a que registrou o maior aumento foi Mauá. No ano passado eram apenas três casos, que subiram para 150 em 2015, o que representa 4.900% a mais.

Em seguida vem São Caetano, com aumento de 27 para 31 casos (385,19%); Diadema, de 167 para 592 (254,49%); e São Bernardo, de 330 para 672 (103,94%).

Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra não tiveram registros de contaminações dentro dos municípios em 2014 e 2015. Em Santo André, foram contabilizadas 272 transmissões neste ano.

Considerando os cerca de 2,6 milhões de habitantes, a região tem atualmente 90,9 casos para cada 100 mil moradores. De acordo com o Ministério da Saúde, considera-se epidemia quando as contaminações superam 300 para cada 100 mil pessoas, o que deixa o Grande ABC fora desta classificação, diferentemente da Capital, que já tem índice de 345,7 ocorrências a cada 100 mil munícipes.

Segundo o infectologista da Faculdade de Medicina do ABC Munir Akar Ayub, a tendência é de aumento nos próximos dias. Porém, após a metade do mês, deve haver redução. “Isso porque o período de incubação da doença, ou seja, o tempo que demora entre a picada e os primeiros sintomas, é de cerca de dez dias. Então, mesmo com as temperaturas mais baixas, acredito que os números devem cair apenas próximo ao meio deste mês.”

O pico da doença sempre acontece no verão por causa do aumento da velocidade de reprodução do mosquito, favorecido pelo calor. Porém, de acordo com o especialista, com a chegada do inverno não pode haver descuidos. “No frio, as fêmeas botam os ovos, mas eles ficam adormecidos até o verão do próximo ano, quando eclodem, ficam ávidos por sangue e se reproduzem mais. Ou seja, aqueles cuidados que todo mundo lembra no verão sobre não deixar água parada precisam continuar em todas as estações.”

Para o especialista, o aumento em relação ao ano passado pode ser explicado pela falta d’água no início do ano. “Algumas pessoas começaram a estocar água da chuva em casa. Esse armazenamento feito de forma errada aumentou muito o número de criadouros”, afirmou.

Se mesmo com os cuidados a pessoa for picada, a imunidade não impede a incidência de sintomas. Porém, de acordo com Ayub, o paciente fica menos debilitado. “O que acontece é que se você já teve dengue, não pegará o mesmo tipo, o que é grave, já que aumenta as chances da hemorrágica.”

MORTES - Neste ano foi registrado um óbito por causa da doença em Diadema. Segundo a Prefeitura, a vítima era mulher e tinha 37 anos. Ela passou em atendimento em um hospital particular de São Bernardo, onde foi diagnosticada a doença, e permaneceu internada entre os dias 12 e 15 de março. O retorno aconteceu em 16 de março, data da morte da moradora.

As demais cidades informaram que não houve registros de óbito.  




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