O Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central) decidiu, por unanimidade, aumentar a Selic (taxa básica de juros) em 0,5 ponto percentual, que passa agora de 12,75% para 13,25% ao ano. Foi a quinta elevação seguida. A medida já era esperada pelo mercado financeiro. O relatório Focus, do BC, que contabiliza as estimativas dos analistas, já previa essa elevação. “Não havia alternativa, tinha consultoria projetando inflação de 9% para este ano”, afirma o coordenador do curso de Administração do Instituto Mauá de Tecnologia, Ricardo Balistiero.

Ele considera que a elevação ajudará a conter a taxa inflacionária. “Embora a principal causa (do aumento do custo de vida) esteja nos preços administrados (como energia e combustíveis) e não nos livres, é uma medida que vai surtir efeito no médio prazo”, diz.

No entanto, acrescenta o economista, o remédio para a inflação alta tem um efeito colateral, que é gerar retração econômica. “Se conseguirmos ter crescimento zero neste ano já estaremos no lucro”, afirma.

Entidades empresariais divergem em relação à decisão do BC. “A decisão do Copom de elevar novamente a Selic foi equivocada, porque o impacto dos aumentos anteriores da taxa ainda não se fizeram sentir integralmente sobre a economia”, afirma Alencar Burti, presidente da Facesp (Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo). Já de acordo com a FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens e Serviços do Estado de São Paulo), o BC não pode hesitar e deixar que o IPCA permaneça muito tempo acima da meta e não tomar nenhuma atitude sobre o fato. “É necessário rigor e rapidez na elevação da taxa Selic para que a aceleração pontual não se propague por muito tempo”, afirma a entidade, por meio de nota.