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Paz na seleção é colocada em xeque
Kati Dias
Do Diário do Grande ABC
29/11/2006 | 22:59
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A luz vermelha foi acesa ontem na Seleção Brasileira. Apesar de ter vencido a Bulgária por 3 sets a 1 (25/22, 20/25, 25/22 e 25/16) e garantido vaga na semifinal do Mundial Masculino de Vôlei, realizado no Japão, a equipe fez uma das piores apresentações na competição. Além disso, uma acalorada discussão no segundo set entre o capitão Ricardinho, o líbero Escadinha e o central Gustavo colocaram em xeque o clima de paz no grupo do técnico Bernardinho.


“Cobrei de uma forma que eles acharam exagerada, mas que seja bem claro que eu cobrei o que sempre cobro. Acredito que eles estavam nervosos pelo que estava acontecendo, pelo desempenho deles em algumas situações”, disse Ricardinho.


Após a discussão, o levantador foi substituído por Marcelinho e não voltou mais à partida. “Estou chateado porque foi uma cobrança que sempre cobrei. Eles reclamaram que em vez de estar ajudando eu estava atrapalhando. Isso me magoou bastante”, concluiu o atleta, que, segundo ex-colegas, possui um temperamento explosivo.


O ex-capitão Nalbert, quando indicou Ricardinho para assumir a sua braçadeira, lembrou que o levantador deveria ser mais paciente. “Quando você assume a liderança de um grupo é necessário paciência. Não é sempre que você pode falar aquilo que pensa”, disse o jogador.

O líbero Celsinho, que atuou com Ricardinho durante duas temporadas (uma no Banespa e outra no Santo André), revelou que a sinceridade é uma das principais virtudes do capitão da equipe verde-amarela. “Ele sempre cobra muito, especialmente nos momentos críticos do jogo. O levantador tem muita responsabilidade”, explicou o jogador do Santo André.


O técnico Bernardinho, entretanto, minimizou o fato. “Isso é normal, ainda mais em um grupo que está junto há seis anos. Não é a primeira vez que acontece”, afirmou.

Celsinho concordou com o treinador da Seleção Brasileira. “Discussões sempre acontecem. Especialmente numa situação de grande tensão, como esta. O Brasil precisava ganhar para garantir lugar na semifinal. A defesa não estava boa e o passe não chegava à mão dele como queria. Lógico que iria cobrar os responsáveis pela função”, disse.


Não é a primeira vez que Ricardinho entra em atrito com os colegas. Em 1995, quando defendia a Cocamar (PR), o jogador se desentendeu com Marcos Lerbach, técnico da equipe na época, e ficou por quase toda a temporada no banco de reservas. O fato de ter sido eleito o melhor levantador do Mundial Juvenil, realizado na Malásia um ano antes, não serviu para mudar a posição do comandante.(com Agências)



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