Martins Pena escreveu "O Noviço" em 1845, explorando, com um bom humor que soava no mínimo peculiar entre as produções dramatúrgicas de seu tempo, os costumes da sociedade brasileira. Tanto fez que foi considerado o Molière brasileiro.

A contemporaneidade do texto, a exploração de clichês que ainda hoje persistem e a primorosa narrativa continuam sendo destaque da montagem dirigida por Vagner Luís Alberto, que ganhou o Prêmio Funarte Miriam Muniz de 2006 e entra em curta temporada amanhã, no Teatro do Ator, na Capital.

"Um dos grandes trunfos do texto é a opressão sofrida pelo personagem protagonista. Ele poderia não agir, mas decide transpor seus problemas e aproveita para fazer uma reflexão do esquema social do período em que vive", diz Vagner Luís Alberto.

Na trama, o noviço Carlos foge do convento e tenta desmascarar seu tio bígamo, que posa de bom-moço, mas deseja apenas aplicar o golpe do baú em Florência, tia e tutora do jovem.

"Os personagens são muito bem delineados e contemplam tipos que ainda vigoram, como o malandro, o corrupto, a mulher submissa."

A trilha sonora, original, é executada ao vivo, e composta, principalmente, por teclado, baixo e flauta.

O Noviço - Teatro. Teatro do Ator - Praça Franklin Roosevelt, 172, São Paulo. Tel.: Tel.: 3257-2264. 6ª, às 18h e 21h30; sáb. e dom., às 21h. Ingr.: R$ 40. Até dia 20.