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Salário alto garante volta
mais rápida ao mercado
Alexandre Melo
do Diário do Grande ABC
03/03/2011 | 07:30
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A sede do mercado por profissionais de nível gerencial e especializado no País é tamanha que a recolocação para aqueles com rendimentos entre R$ 5.000 e R$ 10 mil leva em média um mês, aponta pesquisa do site de empregos Curriculum. A situação é inversa do que ocorria há dez anos e ficou mais nítida após a crise financeira.

Segundo o levantamento feito com 15 mil pessoas, 37,6% daqueles que buscavam emprego conseguiram posto nessa faixa salarial em apenas 30 dias. Para 36,9% que declararam receber de R$ 2.000 a R$ 3.000, o retorno ao mercado também ocorreu neste período.

No caso dos profissionais com renda de até R$ 1.000, apenas 29,7% dos entrevistados conseguiram o posto em até um mês. Independentemente da faixa salarial, a pesquisa aponta que o tempo para conquistar nova colocação dura até três meses para metade dos entrevistados.

Para o diretor executivo da Ricardo Xavier Recursos Humanos, Marshal Raffa, não existe receita de bolo para o período que o profissional será recolocado. "Isso varia conforme a área pretendida, histórico profissional, processo seletivo e proatividade do candidato."

A questão é que diversos setores como engenharia, finanças e turismo estão necessitando de profissionais mais qualificados, por isso os que se enquadram nos requisitos voltam ao mercado mais rápido.

"Do meio da pirâmide para cima existe apagão de talentos. Por isso a remuneração para os cargos de especialistas está crescendo", analisa o especialista em recursos humanos.

Na área de engenharia, por exemplo, muitos profissionais brasileiros que viviam no Exterior estão sendo repatriados. Para garantir mão de obra, muitas companhias selecionam seus funcionários logo na universidade, através de parcerias com as instituições de ensino.

Raffa salienta que as empresas enfrentam dificuldade para selecionar pessoas para o nível operacional, nas áreas de serviços e comércio, pois muitos desses trabalhadores estão ativos no mercado de trabalho. A consequência é que o salário médio na base da pirâmide está aumentando.

Mulheres ainda recebem 76% menos que os homens

Embora as mulheres tenham grau de instrução superior ao dos homens e sua participação no mercado de trabalho tenha avançado na última década, estudo realizado pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) na região metropolitana de São Paulo identificou que profissionais do sexo feminino ganham 75,7% do valor pago aos homens para o desempenho das mesmas funções.

Na comparação com 2000, a diferença de salário caiu. O rendimento das mulheres era equivalente a 73,6% do salário dos homens.

Os cargos com Nível Superior completo têm diferença maior: elas recebem 63,8% do valor pago a eles nas mesmas funções, porém, menos que em 2000, quando esse número era de 65,2%. Fatia de 17,1% das profissionais têm Ensino Superior, contra 13% do sexo masculino.




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