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Vítimas de incêndio na Naval recolhem os restos
Felipe Rodrigues
Do Diário do Grande ABC
20/05/2010 | 07:54
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Os moradores da favela Naval, na Vila São José, em Diadema voltaram ontem aos barracos para tentar salvar o que restou do incêndio. Na área atingida pelo fogo eram vistos restos de móveis, pedaços de barracos quaimados e brinquedos misturados com às cinzas.

"Foi um pesadelo para todos nós. O fogo se alastrou rapidamente, e não tivemos tempo de tirar os móveis, as roupas e muito menos a geladeira. Não restou nem sinal dos meus documentos", contou o catador de materiais recicláveis José Soares Barbosa, 42 anos, que não está cadastrado em nenhum programa de habitação e até ontem ainda não sabia aonde iria morar com sua mulher e os quatro filhos pequenos. "Ontem (anteontem) dormimos de baixo de uma mesa de sinuca (na varanda de um bar). Colocamos uns colchões que nos emprestaram e umas cobertas também cedidas pelos companheiros. Passamos muito frio, choveu demais. Não temos para onde ir."

Desempregada e mãe de três filhos com idades entre 4 e 11 anos, Jaqueline Ribeiro, 26, relatou que o momento do incêndio foi assustador. "Corri com meus meninos para o mais longe possível. A fumaça tomou conta do barraco e mal dava para respirar. Não consegui fazer o cadastro para ter direito a moradia porque não atendia os pré-requisitos do programa", reclamou. A desabrigada recorreu à ajuda de sua mãe para passar os próximos dias e disse que irá atrás de um outro lugar para morar.

A diarista Ana Paula Amorim, 34, também perdeu seus móveis e viu seu barraco ser destruído pelo fogo."Não tinha como salvar nada", lamentou-se.

No total, Prefeitura cadastrou 68 famílias desabrigadas

A Prefeitura de Diadema informou em nota oficial que foram cadastradas 68 famílias prejudicadas pelo incêndio ocorrido anteontem na favela Naval. Segundo a Secretaria de Habitação do município, todos irão receber bolsa de auxílio-aluguel, no valor de até R$ 350, durante três meses ou até que fiquem prontos os apartamentos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento para a Habitação), em construção na comunidade.

Ao todo serão entregues 204 unidades no bairro Serraria e outras 48 ao lado do local onde ocorreu o incêndio. Entre as famílias que perderam suas casas, nove não estão cadastradas em nenhum programa habitacional, porém, a Prefeitura se comprometeu a pagar o benefício para elas durante três meses, para que os desabrigados possam encontrar um lugar para morar.




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