O Brasil tem "a oportunidade histórica de desempenhar um papel importante junto à Comunidade Andina das Nações e ao Mercado Comum do Sul para impulsionar o ingresso de produtos latino-americanos nos Estados Unidos e na União Européia", disse Toledo em declarações reproduzidas na imprensa limenha.

Toledo, que retornou a Lima de Brasília, precisou que "Lula pode redefinir o papel do Brasil na América Latina", e ao mesmo tempo se disse identificado com o discurso com dimensão humana que ele fez ao assumir o poder.

Por sua vez, o vice-presidente e ministro do comércio exterior, Raúl Diez Canseco, assinalou que Lula vai visitar Lima em maio para a reunião do Grupo do Rio e nessa ocasião pode ser assinado um tratado de livre comércio atualmente negociado com o Brasil.

O internacionalista Ernesto Velit Granda disse que Lula assume a grande responsabilidade de levar a cabo uma gestão bem-sucedida pela marcante influência geopolítica do Brasil em toda a região.

Essa influência geopolítica o converte em um líder regional cuja conduta econômica e social repercutirá nos países vizinhos, acrescentou ao frisar que se trata de um homem de formação marxista, mas moderno, com vocação democrática que ninguém pode colocar em dúvida.

Ressaltou que Lula modernizou sua linguagem para não despertar desconfianças nem temores nos círculos empresariais nem em países da região que olhavam com interesse e alguns com certo receio sua ascensão ao poder.

O jornal Correo, direita, escreveu num editorial que a presidência de Lula "parece que será mais uma demonstração de como na América Latina se necessita chegar ao poder pela esquerda para em seguida governar pela direita", sublinhando que pelos seus discursos se vê um homem consciente de que o caminho do desenvolvimento "passa pelos moldes do livre mercado".