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Samaranch promete reformular o COI
Do Diário do Grande ABC
25/04/1999 | 19:41
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O Comitê Olímpico Internacional deverá submeter-se a grande reformulaçao a partir de junho, quando se inicia o Programa COI 2000. "É preciso encontrar uma estrutura moderna e eficiente", disse o presidente do COI, Juan Antonio Samaranch, que visitou no sábado o museu do Barcelona.

A medida revela a firme intençao do dirigente em recompor sua imagem no que considera ser seu último mandato, depois da turbulenta série de escândalos que envolveu alguns membros do COI, acusados de corrupçao na escolha da sede dos Jogos Olímpicos de inverno em Salt Lake City. Em uma grande entrevista publicada neste domingo na revista semanal do jornal "El País", Samaranch revelou seu repúdio à dimensao que o caso tomou. "Tratou-se de um escândalo agigantado pela imprensa, pois, sob uma análise rigorosa, o que aconteceu foi uma corrupçao relativa", afirma.

"Exceto em um caso concreto, nao houve mais nomes em que se comprovou o recebimento de dinheiro." Com isso, o dirigente amenizou o fato de diversos membros terem recebido presentes valiosos, prática que, segundo sua própria avaliaçao, movimentou cerca de US$ 750 mil. "Essas pessoas traíram os princípios do COI, foram punidas como mereciam e, portanto, nao há nada mais o que fazer."

Samaranch nao esconde seu desprezo especial pelos jornais americanos e ingleses, que pediram sua renúncia do cargo. "Todos foram injustos em sua análise", disse o presidente do COI, confessando que passou a dormir mal desde que o primeiro caso foi divulgado, em dezembro passado. "Estou pagando o preço de ter levantado a entidade nos últimos 18 anos." Para o presidente do COI, o auge da crise já passou. "Nao há mais novidades, 70% do problema está resolvido e o correto agora é modificar a estrutura."

A melhor forma, segundo ele, está na elaboraçao de duas comissoes. Uma de ética, formada por membros que nao tenham nenhuma ligaçao com a entidade. O outro, o Programa COI 2000, terá a participaçao de pessoas que realmente tenham poder de decisao no esporte.

Aos 78 anos, o presidente do COI revelou ainda ter cometido um erro ao aceitar permanecer no cargo, na última eleiçao, em 1997. "Foi um erro nao ter ido embora antes", disse ele, presidente da entidade desde 1980. "Espero agora deixar, como testamento, um comitê olímpico que seja exemplo no novo milênio, moderno e menos arcaico."




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