Em meio a Semana Nacional de Trânsito, que começou no dia 18 e vai até o dia 25 e tem como um dos dois temas centrais o uso do cinto de segurança (o outro é o da cadeirinha), dados de algumas cidades do Grande ABC apontam que o equipamento não é hábito de milhares de motorista.

De todos os municípios para os quais o Diário solicitou, Santo André e Ribeirão Pires foram os únicos que disponibilizaram levantamentos detalhados sobre o total de autuações de janeiro até final de agosto de 2010, com quais e quantas infrações foram foram cometidas.

Santo André registrou 157.540 autuações no período, sendo 12.491 relativas à não utilização do cinto de segurança. Destas, 11. 327 - o que corresponde a pouco mais de 90% - são infrações cometidas por condutores que não utilizam a proteção e o restante por passageiros flagrados sem cinto, o que resulta em uma média de cerca de 47,2 motoristas autuados por dia na cidade pela não utilização do cinto.

"Isso se deve ao fato de o brasileiro ainda ter o costume de andar sozinho no carro. Em outros países há o costume de dar e receber caronas. Aqui ainda não, tanto", explicou o diretor do Departamento de Segurança e Trânsito de Santo André, Adriano Roberto Silva.

Em Ribeirão Pires, de um total de 4.677 infrações, 969 foram autuações por conta da falta do cinto de segurança. A infração é considerada grave e rende cinco pontos na carteira, além de uma multa de R$ 127, 69.

De acordo com o Denatran (Departamento Nacional de Trânsito) - que promove a Semana Nacional do Trânsito - o uso do cinto pelo condutor e pelo passageiro do banco dianteiro reduz em 50% o risco de morte em uma colisão de trânsito.

O departamento também informa que o risco de morte de um condutor utilizando o cinto de segurança, como resultado de um passageiro do banco traseiro sem cinto, é cinco vezes maior do que seria se esse passageiro estivesse retido pelo cinto. Ou seja, passageiro sem cinto é perigo para todos que estão no carro.

Lei federal - O cinto de segurança é considerado componente obrigatório do veículo e deve passar por manutenção periódica, assim como os outros equipamentos.

A lei federal, datada de 2007, prevê punição ao condutor que dirigir sem cinto ou que permitir a permanência de passageiros sem o equipamento, cujo uso tornou-se obrigatório não só nas estradas como também dentro em todas as cidades brasileiras.

Na região, quase 2.000 infrações são cometidas por dia
Se contabilizadas todas as infrações autuadas de janeiro ao fim de agosto em seis das sete cidades da região, já são 469.079 irregularidades cometidas - uma média de 1. 954,5 infrações por dia no Grande ABC.

O ranking das infrações mais cometidas continua liderado pela alta velocidade: Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema e Mauá apontaram essa como a infração mais frequente, seguida pelo avanço de sinal vermelho - com exceção de Santo André, cujo segundo lugar fica com condutores de empresas não identificados e a multa foi transferida para a pessoa jurídica.

Apenas Ribeirão Pires apresentou como motivo campeão das infrações cometidas no período o estacionamento irregular.