Setecidades Titulo Diadema
Manifestantes protestam na Imigrantes
Yara Ferraz
do Diário do Grande ABC
14/04/2015 | 07:07
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Moradores do Jardim Arco-Íris, em Diadema, protestaram na tarde de ontem, no km 19 da Rodovia dos Imigrantes, contra a falta de água que atinge conjunto habitacional do bairro. Desde dezembro o reservatório do residencial Mazaferro 2, na Avenida Pau da Café, é abastecido por caminhões-pipa e, segundo os habitantes, não há água para todos.

Durante o ato, pedaços de madeira foram queimados e manifestantes chegaram a jogar pedras na Tropa de Choque, que disparou bombas de efeito moral. Segundo a PM (Polícia Militar), cerca de 100 pessoas estavam no protesto.

Conforme Josefa de Brito, 47 anos, síndica do espaço que abriga 240 famílias, a falta total de água já dura duas semanas. “Desde que nos mudamos para cá, no fim do ano passado, sempre há problemas. A nossa caixa-d’água tem capacidade para 100 mil litros e só vêm 40 mil nos caminhões. O que acontece é que apenas os primeiros andares são abastecidos.”

As famílias viviam em moradias irregulares no km 21 da rodovia. Segundo a ajudante geral Berenice Moreira da Silva, 52, a situação anterior era melhor. “Pelo menos tínhamos água para tomar banho e fazer comida, aqui nem isso temos. Passamos as festas de fim de ano sem poder cozinhar a ceia.”

A dona de casa Meiriele Azevedo de Oliveira, 28, que também é subsíndica, chamou a atenção para a situação das crianças. “Minhas filhas são asmáticas e não consigo nem fazer a higienização correta dos equipamentos de oxigênio. É desumano.”

A auxiliar de enfermagem Patrícia Benides, 40, relatou que teve de pedir demissão do emprego. “Não consigo tomar banho todos os dias. Me dava até vergonha de entrar no ônibus.”

Segundo o presidente da Associação Amigos de Bairro do Jardim Arco-Íris, Marcelo José dos Santos, as famílias não aguentam mais a situação. “São 1.500 pessoas que não têm água. A iniciativa do protesto foi deles, que não suportam mais o problema.”

Em meio ao ato, representantes da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) conversaram com técnicos da Prefeitura, a síndica, a subsíndica e o presidente da associação. Foi feito um acordo.

“Foi identificado um subdimensionamento da rede que está no local. Amanhã (hoje) estaremos no conjunto para procurar identificar o que está acontecendo na nossa rede de abastecimento. A Sabesp está abastecendo com caminhão-pipa em quantidade suficiente, que não saem do local enquanto não enchem os reservatórios dos clientes”, garantiu o superintendente da unidade de negócio Sul da companhia, Roberval Tavares de Souza.

A Prefeitura afirmou que prestou ajuda aos moradores dos prédios ao tomar conhecimento dos problemas de abastecimento. Em relação à caixa-d’água, disse que no projeto executado pela empresa é determinada a capacidade conforme o número de moradores e demais características técnicas dos edifícios. 




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