Ciente de que não vai conseguir cumprir duas de suas promessas de campanha – reabrir o hospital infantil e instalar a UPA (Unidade de Pronto Atendimento 24 horas) no bairro Piraporinha –, o prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV), utilizará ação paliativa para tentar amenizar as reclamações de populares da gestão da Saúde na cidade. O verde abriu licitação para reformar 15 UBSs (Unidades Básicas de Saúde), obras que vão de pintura a reparos estruturais, como intervenções de acessibilidade.

Lauro já foi notificado pelo secretário de Saúde, José Augusto da Silva Ramos (PSDB), e de Obras, José Marcelo Ferreira Marques, que será impossível retomar o atendimento pediátrico na UBS do Jardim das Nações – conhecido como hospital infantil – e erguer a UPA antes do fim do mandato.

Segundo a administração, o governo estuda projeto para reinauguração do hospital infantil e busca recursos “para execução de obras de adequação do espaço”. Não há prazo para tirar a proposta do papel. Sobre a UPA, orçada em R$ 2,6 milhões, a gestão Lauro informou que pediu a transferência de instalação para terreno no Centro, mas o Ministério da Saúde não emitiu parecer. O terreno no Piraporinha destinado à UPA se transformou em estacionamento do Hospital Municipal.

O chefe do Executivo ainda tenta garantir construção de AME (Ambulatório Médico de Especialidades) junto ao governo do Estado. Em primeiro momento, o secretário estadual da Saúde, David Uip, rejeitou o equipamento na cidade alegando não haver demanda. A gestão estadual não sinalizou pela mudança na postura.

Seis obras de reforma estão em processo de licitação – Eldorado, Jardim Ruyce, Paineiras, Jardim das Nações, Conceição e Nova Conquista –, com orçamento de R$ 3,6 milhões. Outras três estão em fase final de intervenção: Inamar, Parque Real e Parque Reid. Unidades Casa Grande, Centro, Vila Nogueira, Promissão, Vila São José e Serraria estão no pacote de promessas.

“Com as intervenções, será possível melhorar 75% dos prédios da rede de atenção básica de Saúde. Esse trabalho vai proporcionar acessibilidade e melhor infraestrutura para atender a população e atrair mais profissionais para trabalhar na rede municipal”, justificou, por nota, o governo Lauro.

Além de não efetivar as promessas de campanha, Lauro não conseguiu resolver impasse da contratação de médicos. Depois de ver 130 profissionais pedirem demissão, o governo foi forçado a diminuir atendimento para adequar a oferta de serviços de Saúde ao quadro de funcionários. Horários de UBSs foram reduzidos e até mesmo a UPA Paineiras, que deveria ficar 24 horas aberta, fecha as portas à noite por falta de funcionários.