Economia Titulo Bolso do consumidor
Prefeituras do Grande ABC estudam criar ‘lei da sacolinha’

Na capital paulista, supermercados já deixaram
de oferecer saco plástico tradicional aos clientes

Fabio Munhoz
Do Diário do Grande ABC
09/04/2015 | 07:07
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Anderson Silva/DGABC


As prefeituras do Grande ABC irão estudar a possibilidade de criar leis que restrinjam o uso das sacolinhas de plástico convencionais em supermercados. Na Capital, legislação desse tipo foi sancionada em 2011 e regulamentada em janeiro pelo prefeito Fernando Haddad (PT). A fiscalização contra comerciantes e consumidores em situação irregular começou no domingo.

De acordo com a norma paulistana, os estabelecimentos só podem distribuir sacolas com pelo menos 51% de material renovável e com maior capacidade de carga. Foram criados dois tipos de sacos: os verdes, que poderão ser reutilizados no descarte de materiais recicláveis para a coleta seletiva, e os cinzas, destinados a resíduos orgânicos e rejeitos.

A legislação da Capital prevê ainda que os comerciantes que continuarem a oferecer as sacolas brancas de plástico podem ser multados entre R$ 500 e R$ 2 milhões. Também podem ser dadas advertências aos munícipes que não utilizarem os itens corretos para destinação do lixo. Como as sacolas adequadas perante a lei são mais caras do que as tradicionais, muitas redes de varejo optaram por cobrar pela oferta do material.

No Grande ABC, o uso dos sacos tradicionais ainda é liberado. Entretanto, algumas prefeituras cogitam discutir a regulamentação da distribuição. “Não descarto (fazer lei semelhante), porém, não está na nossa agenda emergencial”, afirmou Carlos Grana (PT), prefeito de Santo André. As administrações de Mauá e Ribeirão Pires disseram que vão levar o tema para debate no Consórcio Intermunicipal. Em Diadema, não há previsão de criação de legislação do tipo. As prefeituras de São Bernardo, São Caetano e Rio Grande da Serra não se manifestaram.

Para o deputado estadual Orlando Morando (PSDB), vice-presidente da Apas (Associação Paulista de Supermercados), a iniciativa de se estudar medidas protetivas ao meio ambiente é positiva, desde que o poder público ofereça 100% de abrangência da coleta seletiva. “Não adianta impor práticas que nem a prefeitura consegue atender.” Na terça-feira, o secretário de Serviços da Capital, Simão Pedro, recuou e informou que as regras não terão validade nos bairros não atendidos pela coleta seletiva.

Em 2011, a Apas e o governo do Estado assinaram protocolo de cooperação para que os estabelecimentos representados pela associação deixassem de oferecer as sacolas plásticas. No ano seguinte, o Tribunal de Justiça de São Paulo determinou que o fornecimento fosse normalizado.

Consumidores ouvidos pelo Diário elogiam a preocupação com o meio ambiente, mas criticam o fato de terem de pagar pelas sacolinhas. “O preço já está embutido no produto. Não há necessidade de cobrar”, diz a assistente contábil Jaqueline Cruz, 24 anos. A dona de casa Regina Andersen, 52, concorda. “Mesmo assim, sempre que possível uso sacola de tecido ou caixa.” Colaborou Vanessa de Oliveira 




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