Presidente da Associação Paulista de Jornais lamenta agressão de jogador do Ramalhão a fotógrafo
O fato de o Diário ter acompanhado de perto e registrado todo o acontecimento envolvendo o meia Michael, do Santo André, e o fotógrafo Claudinei Plaza, do jornal, no Bruno Daniel, foi visto com bons olhos pelo presidente da APJ (Associação Paulista de Jornais), Renato Delicato Zaiden.
O profissional do Diário foi agredido pelo atleta no sábado, depois da partida entre Santo André e Velo Clube, pelo Paulista da Série A-2, que acabou 0 a 0.
Michael se irritou com as críticas pessoais que torcedores faziam na entrada do estacionamento do estádio e foi discutir com eles. Claudinei acompanhou e registrou a atitude do jogador desde a saída do vestiário. E, ao perceber que era fotografado, o meia agrediu o fotógrafo com soco, que pegou em sua câmera. Em seguida, tentou acertar chutes no profissional e alguns atletas do Ramalhão quiseram, à força, fazer com que as fotos fossem apagadas.
“O futebol é um tema apaixonante. Neste fato, há lado positivo que podemos analisar, que é mostrar que há torcedores envolvidos com o time. E o jornalismo regional tem esta proximidade com a comunidade, cuida e se interessa por assuntos ligados a ela. É importante que o Diário mantenha este papel”, relatou o mandatário.
Ele também destacou o posicionamento de Michael. “Por conta desta paixão envolvida, é até compreensível perder o controle em uma situação como essa. Mas ficamos felizes em saber que, no dia seguinte ao fato, quando as coisas voltaram ao normal, ele teve a grandeza de se desculpar”, emendou.
A Arfoc-SP (Associação de Repórteres Fotográficos e Cinematográficos do Estado de São Paulo) disse que ainda analisará o caso para decidir se tomará alguma atitude junto à Federação Paulista de Futebol.
Meia Michael pede desculpas a profissional, mas critica torcida
Dizem que quando se está de cabeça quente, se age sem pensar. Esta foi a alegação de Michael para justificar a agressão ao fotógrafo Claudinei Plaza, do Diário.
“Agi de cabeça quente com o torcedor e não gostei de ver o Claudinei registrando aquilo. Fui para cima dele, mas minha intenção não era agredi-lo e, sim, tirar ou abaixar sua câmera. Minha revolta era com a torcida e jamais com o profissional. Por isso, peço desculpas a ele”, explicou o meia, que no sábado tentou chutar o profissional, intimidado na sequência pelos companheiros de Michael.
“Aceito as desculpas. Sei que é um atleta profissional, pai de família, como eu, e que estava descontrolado naquele momento”, afirmou Claudinei, que irá se reunir com o departamento jurídico do jornal para discutir as medidas cabíveis.
Michael lamentou a atitude de alguns torcedores e negou que esteja indo embora do clube, embora tenha deixado o vestiário no sábado gritando que estava “cansado dessa m...”.
O meia tem sido reserva do Ramalhão na A-2, entrou no decorrer do jogo contra o Velo Clube e pouco ajudou para alterar o desempenho do time. RM
Apesar da gravidade do caso, diretoria descarta afastar atleta
A agressão do meia Michael ao fotógrafo Claudinei Plaza, do Diário, ganhou repercussão no Estado e, apesar da gravidade do fato, a diretoria do Santo André conta com o atleta na sequência da Série A-2 do Paulista, a começar pela partida de amanhã, diante da Ferroviária, na Fonte Luminosa.
Embora o presidente Jairo Livolis tenha dito no sábado que o futuro do atleta seria decidido hoje e ontem não tenha se manifestado sobre o caso, apesar de toda polêmica, o diretor de futebol Juraci Catarino afirmou ontem que Michael segue nos planos do clube. “Ele não manifestou nada a respeito de deixar o time. Segue com a gente até para essa partida de terça-feira (amanhã). É um momento em que precisamos de todos bem”, observou.
Catarino reiterou que Michael se mostrou arrependido. “Conversar com o fotógrafo foi um ato que partiu dele mesmo”, completou o diretor, que praticamente descartou possível afastamento do jogador por conta do ocorrido no Bruno Daniel. “Se houver alguma ação quanto a isso, creio que será de outro tipo.” RM
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