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AT&T se adapta à revoluçao da era Internet
Do Diário do Grande ABC
10/01/1999 | 17:44
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A At&T, gigante americana das telecomunicaçoes, considerada um dinossauro há apenas dois anos, está se transformando para se adaptar à revoluçao da era Internet.

Confrontada à decolagem das concorrentes WorldCom e MCI (que depois se fundiram), ou a Sprint, em seu tradicional mercado de comunicaçoes a longa distância, a AT&T viu diminuir dramaticamente sua fatia no mercado, sem diversificar suas atividades.

O mercado das telecomunicaçoes nos Estados Unidos continua muito fragmentado entre operadores locais e regionais, por um lado, e de longa distância, por outro, embora desde fevereiro de 1996 possam - em teoria - competir livremente.

A chegada de Michael Armstrong à presidência do grupo mudou o panorama. Antes que se debater em tentativas frustradas de penetraçao no mercado das comunicaçoes locais, Armstrong decidiu se lançar de cabeça na Internet.

A aquisiçao, em junho passado, por US$ 48 bilhoes da Tele-Communications Inc. (TCI), segunda maior operadora de cabo norte-americana (com 17 milhoes de assinantes), é a força motriz desta estratégia.

Graças ao cabo, a AT&T passou a oferecer a seus assinantes conexoes à Internet de 'faixa ampla', ou seja, com uma capacidade muito superior às linhas telefônicas convencionais, que permite receber por um mesmo canal, vídeo e telecomunicaçoes.

Como conseqüência da compra da TCI, da Teleport (empresa nova-iorquina prestadora de serviços da rede) e da Vanguard Systems (telefonia celular), o volume de negócios deverá aumentar de 5 a 7% este ano.

A isto se soma o resgate da Global Network, filial da IBM especializada em comunicaçoes e instalaçao de sistemas para empresas, por US$ 5 bilhoes.

A IBM também confiou à ATT grande parte de suas necessidades de telecomunicaçao no mundo. Em troca, a AT&T contratará a IBM para a gestao de dados de algumas de suas atividades.

``As compras e os investimentos aos quais procedemos este ano vao transformar a AT&T de uma empresa dominada por um único produto - as comunicaçoes a longa distância - em um dos primeiros grupos no setor das novas tecnologias de comunicaçao, informaçao e dos serviços de vídeo', prevê Armstrong.

Ainda que esta transformaçao exija investimentos mostruosos - de 10 a 11 bilhoes de dólares em 1999 - ela nao poderia chegar em melhor hora, pois a AT&T prevê uma queda de 2 a 4% da renda em chamadas a longa distância em 1999 por causa da forte concorrência no setor.

``Até agora, a AT&T dependia de seus concorrentes para fazer a ponte com seus assinantes. A Teleport dá agora um acesso direto às empresas, e o TCI, às pessoas', considerou Timothy Caffrey, da agência de analistas financeiros Standard and Poor's.

Em julho passado, a AT&T anunciou uma aliança com a britânica British Telecommunications para serviços a empresas, até o momento estancado.

``O sucesso deste gênero de aliança nao foi destacável até agora', continua Caffrey. ``Mas, a AT&T tem estado muito ocupada com a TCI', conclui.




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